O “Estadão” em crise: (In)segurança de vôo e de informação

Por Luiz Weis 
Na sexta-feira, 22, num P.S. [“Apagão de informação numa questão de vida ou morte”] a um artigo que tratava de outro assunto, escrevi que não me considerava bem informado sobre as causas do chamado apagão aéreo, nem sabia quem e

Como podia ser diferente? Ontem (27), em editorial, o Estado afirmou que uma coisa “precisa ser dita em alto e bom som”:


 



“O Brasil não tem problemas de segurança de vôo. Segundo a insuspeita Organização Internacional de Aviação Comercial, nesta matéria o país figura no topo – categoria 1. A qualidade dos equipamentos de controle está dentro dos padrões mundiais. O Brasil é um dos raros países com tecnologia própria no setor.”


 


Hoje, no mesmo jornal, sob o título “FAB: 'Há equipamentos obsoletos'”, se lê:


 



“No sistema brasileiro de controle de tráfego aéreo falta pessoal, alguns equipamentos são obsoletos e estão próximos do limite de vida útil, há áreas sem cobertura de radar e riscos acima do aceitável de acidentes em pleno vôo. Esse quadro não foi descrito por nenhuma liderança sindical dos controladores civis e militares, mas pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão da própria Aeronáutica.


 


O retrato de um controle 'aquém do desejado' está em documento de 38 páginas escrito no ano passado e assinado pelo ex-diretor do Decea e atual chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, brigadeiro José Américo dos Santos. (…)


 


O dossiê revela que 'indesejáveis conflitos de tráfego aéreo eventualmente ocorrem em determinadas áreas do espaço aéreo', em virtude do aumento da demanda do tráfego e r redução da separação entre as aeronaves. Alerta ainda para 'a rápida obsolescência e limitação dos equipamentos', além de afirmar que os órgãos de serviços de tráfego aéreo 'estão se aproximando do limite de sua capacidade operacional, em termos de equipamento e pessoal, para atender todas as necessidades demandadas'.”(…)


 


A Aeronáutica divulgou nota garantindo que o sistema e os equipamentos usados para o controle do espaço aéreo brasileiro “atendem plenamente aos quesitos de segurança e eficiência, permitindo que nosso espaço aéreo figure entre os melhores do mundo”.


 


E o dossiê? Este deve “ser avaliado dentro do contexto da política de melhoria contínua do controle do espaço aéreo”.


 


Vocês eu não sei, mas eu continuo na mesma.