Sem evidências contra Vavá, MP exclui irmão de Lula de denúncia

O MPF (Ministério Público Federal) informou hoje que ofereceu denúncia para a Justiça Federal de Campo Grande (MS) contra 39 pessoas acusadas de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis. Essa quadrilha foi desarticulada pela Operação Xeque-Mate, da Po

A Procuradoria informa ainda que não tem informações suficientes sobre os possíveis beneficiários do suposto lobby feito por Vavá.


 


No entanto, o MPF requereu que os autos sejam devolvidos para a Polícia Federal de São Paulo para aprofundar as investigações sobre Vavá.


 


O irmão de Lula foi indiciado por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário. A PF chegou a pedir a prisão de Vavá na Operação Xeque-Mate, mas a Justiça indeferiu o pedido.


 


O presidente Lula saiu em defesa de Vavá e disse duvidar que seu irmão tenha feito lobby junto ao governo. Para Lula, Vavá está mais para ingênuo do que para lobista. “Não acredito que Vavá seja lobista. Ele está mais para ingênuo.”


 


Mídia criminosa


 


No último domingo, o jornalista Elio Gaspari já havia publicado em suas colunas nos jornais Folha de S. Paulo e O Globo que o “linchamento” que a mídia estava promovendo contra o irmão de Lula não se sustentava em fatos, apenas em indícios frágeis e tinha como objetivo, na verdade, prejudicar o presidente Lula.


 


Na coluna, intitulada “Vavá está sendo linchado”, Elio Gaspari diz, entre outras coisas, que Vavá “é acusado de tráfico de influência sem que até hoje tenha aparecido um só nome de servidor público junto ao qual tenha traficado qualquer pleito que envolvesse dinheiro do erário”.


 


E acrescenta: “Antes da conclusão do inquérito policial, Vavá foi irremediavelmente satanizado a partir de indícios, suspeitas e manipulações. Seu linchamento não busca o cidadão metido com vigaristas. Busca a jugular do irmão. Durante a última campanha eleitoral, quando o comissariado petista chafurdou na compra de um dossiê contra os tucanos, demonizou-se a figura de Freud Godoy, um assessor de Lula, conviva de sua panelinha. Durante três dias ele pareceu encarnar toda a corrupção nacional. Freud foi arrolado em dois processos, um criminal e outro eleitoral. Dizer que foi inocentado é pouco. Ele nem sequer foi indiciado”.


 


Ao comentar o artigo de gaspari, o jornalista que assina com o pseudônimo “Dom Quixote de la Prensa” e mantém o blog Antijornalismo ( http://antijornalismo.blogspot.com/ ) questiona: “E agora, como fica? A mídia erra uma atrás da outra e não pode ir para o banco dos réus? Está acima da lei? A falta de liberdade de imprensa destrói a democracia, é verdade, mas os crimes da imprensa produzem o mesmo mal. Se a liberdade só pode ser reclamada por um dos contendores, então não é liberdade, é abuso de poder, é crime. É só mais um entre tantos. Que democracia é essa que os jornais dizem defender? É preciso encontrar uma forma de pôr fim aos abusos da grande imprensa e, ao mesmo tempo, não ameaçar a sua liberdade. Só a sociedade muito bem organizada e democrática pode resolver esse dilema.”


 


Da redação,
com agências