Ampla mobilização no Paraguai para defender permanência de Lugo

Marchas e vigílias cidadãs em zonas desta capital com assistência fundamental de jovens e um debate público sobre as responsabilidades nos incidentes ocorridos na passada sexta-feira em Curaguaty são temas centrais no panorama paraguaio.

Apesar do frio, grupos de pessoas, velas acesas nas mãos, permaneceram nesta quarta-feira (20)
à noite na Praça da Democracia, em frente ao Congresso da República, na denominada Vigília do Silêncio, reivindicando paz para o país e em homenagem aos falecidos no choque entre policiais e camponeses.

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Seis agentes e 11 camponeses sem terras que ocupavam parte de uma fazenda de um latifundiário acusado da obter ilegalmente foram mortos durante um desalojamento da propriedade, em um fato impactante para toda a sociedade.

Além dos manifestantes na praça, outra coluna de jovens autoconvocados mediante as redes sociais desfilou por zonas do centro desta capital, também realizando as mesmas reivindicações.

As demonstrações registraram-se poucas horas depois que o presidente da República, Fernando Lugo, falou à nação com uma mensagem, no qual anunciou a formação de uma comissão de personalidades destinada a levar adiante uma investigação do sucedido em Curuguaty.

Lugo defendeu-se também de acusações de grupos opositores que tratam de responsabiliza-lo pelo ocorrido e decidiram impulsionar um julgamento político contra o mandatário no seio do Parlamento.

O chefe de Estado justificou suas reuniões com os camponeses sem terras destacando que se trata também de paraguaios sofrendo exclusões na sociedade e assegurou que é presidente de todos os cidadãos do país.

A campanha desatada contra ele, especialmente pelo opositor Partido Colorado e alguns meios de imprensa, permite prever que o debate sobre o tema seguirá tendo destaque nacional nos próximos dias.

Fonte: Prensa Latina