Segundo a Anistia racismo está fora de controle na Rússia

Ataques racistas violentos estão "fora de controle" na Rússia e deixaram pelo menos 28 mortos e 366 feridos em 2005, de acordo com um relatório da Organização Não-Governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos Ani

Neste ano, novos atentados ganharam notoriedade na imprensa, como a morte da menina Khursheda Sultonovavo, de uma família do Tadjiquistão, de apenas 9 anos.

A família da menina foi atacada em fevereiro de 2004 em São Petersburgo por uma gangue. Khursheda foi esfaqueada nove vezes no peito, estômago e braços e morreu no local.

O documento da ONG censura a suposta discriminação das autoridades russas, que não estariam investigando nem registrando satisfatoriamente crimes motivados por questões raciais.

O relatório Federação Russa: violência racista fora de controle diz que policiais e promotores freqüentemente classificam assassinatos e agressões violentas feitos por “grupos de skinheads” de "hooliganismo" ou de crimes menos graves.

"Algumas autoridades russas estão ignorando os casos. Em vez de ver só 'hooliganismo' em ataques contra estudantes de países africanos, do sudeste asiático e de russos não eslavos da Chechênia, a polícia e os promotores russos precisam enfrentar de frente a onda crescente de violência racista", afirma a diretora da Anistia para o Reino Unido, Kate Allen.

De acordo com Allen, o governo de Vladimir Putin deveria adotar um "plano de ação" completo para combater o racismo e o anti-semitismo.

O diretor da ONG anti-racismo Europa Unida, Dmitrii Kraiuhin, afirmou à Anistia ter recebido ameaças de "cortarem-lhe a cabeça".

Os pedidos de proteção às autoridades foram repetidamente rejeitados pelas autoridades de Orel, no oeste da Rússia.

O relatório também apresenta casos de famílias que evitam entrar em São Petersburgo por temer agressões racistas.

Cidadãos russos e estrangeiros vêm realizando protestos contra os atentados e a inércia das autoridades.

Com agências internacionais