Movimentos pressionam por ampla participação no Encontro de Comunicação

Na teleconferência realizada na manhã de hoje no Interlegis em Brasília as participações dos estados foi marcada por dúvidas quanto à participação dos setores representantes da sociedade civil e dos movimentos sociais. Participaram 18 estados da atividade

Segundo a comissão que está organização o Encontro, que acontecerá nos dias 21 e 22 de junho, não haverá hospedagem, talvez haja alimentação e não haverá ajuda financeira para o transporte dos participantes dos seus estados para Brasília.


 


A discussão foi realizada, na maioria dos estados, com a participação de representantes de organizações que lutam pela democracia nos meios de comunicação, direitos humanos, categorias e parlamentares. Mas chamou a atenção o fato de em algumas assembléias se registrar apenas a presença de representantes de militantes do movimento de comunicação, inclusive professores e alunos de cursos de jornalismo.


 


Rádio comunitárias e concessões


 


Os dois temas mais abordados nos poucos minutos que dispunham nas intervenções dos estados foram a perseguição às rádios comunitárias e a reivindicação que a sociedade debata as concessões das emissoras de televisão. Semana passada o Ministério das Comunicações iniciou campanha ofensiva contra as rádios, que chama de piratas, usando como pretexto o problema das interferências que são comuns no espectro radial na área dos aeroportos de São Paulo.


 


“É uma campanha desonesta da grande mídia. Rádio comunitária não derruba avião. Precisamos urgentemente de políticas públicas para os meios de comunicação”, disse o dirigente da CUT do Piauí. O dirigente da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) do PI denunciou que a perseguição no seu estado é tanta que levou a morte de um radialista da Rádio Mocambi. “O governo Lula está devendo muito”, disse.


 


Grande parte das intervenções também criticaram a ausência de uma regulação do conteúdo das publicidades que são veiculadas na televisão. Inclusive as que são carregadas de conceitos e valores dirigidas às crianças. Um participante do estado de São Paulo exemplificou o problema com a propaganda da cerveja Nova Schin, que diz “quanto mais nova, melhor”, veiculada nos comerciais do Jornal Nacional (TV Globo).


 


Conferência


 


O deputado Luiz Couto (PT-PB), presidente da Comissão de Direitos Humanos, reconheceu que existem setores do governo que não estão convencidos da importância do encontro, que discutirá propostas para a Conferência Nacional de Comunicação, que deve ocorrer provavelmente no ano que vem.


 


O dirigente do Grupo Intervozes do Espírito Santo lembrou que muitos parlamentares no Congresso Nacional estão vinculados – e “muito bem articulados” – com aos veículos privados. Mas reafirmou que é interesse dos movimentos pressionar pela ampla participação no encontro.


 


De Brasília,
Mônica Simioni