UNE convoca Dia Nacional de Mobilização nas Universidades Públicas

Dia 6 de junho, quarta-feira, estudantes de instituições federais e estaduais farão protestos para reivindicar melhoria e democratização do ensino superior, autonomia universitária, ampliação de vagas e a criação de um Plano Nacional de Assistência Est

    Em defesa da educação e para garantir o acesso e melhores condições de ensino para todos, a União Nacional dos Estudantes convoca para a próxima quarta-feira, 6 de junho, o “Dia Nacional de Mobilização nas Universidades Públicas”.


 


    O objetivo é fortalecer e ampliar as diversas manifestação que vem ocorrendo pelo país, principalmente no estado de São Paulo, onde protestos já ganham corpo no interior com greves de estudantes e professores na USP, Unesp, Fatec’s e Unicamp.


 


    As reivindicações da UNE são baseadas em um tripé, considerado pela direção da entidade como essencial para a manutenção de um ensino público democrático e com excelência na sua qualidade:


 


1) Criação do Plano Nacional de Assistência Estudantil, com rubrica orçamentária específica que contemple a construção e ampliação de creches, restaurantes universitários, moradia estudantil, financiamento para o transporte e bolsas de auxílio aos estudantes carentes.


2) Garantia de autonomia administrativa e de gestão financeira para as IFEs (Instituições Federais de Ensino Superior). Democratização da Universidade em todos os âmbitos. Eleições diretas para reitor e garantia de paridade nos Conselhos Universitários.


3) Derrubada dos vetos ao Plano Nacional de Educação, garantindo o investimento de 10% do PIB destinado à educação.


 


Apoio às greves e ocupações
    A mobilização do dia 6 de junho também servirá como uma mensagem nacional de apoio e solidariedade a todos os processos de ocupação de universidades públicas já deflagrados no país.


 


    Para a UNE, essas manifestações são legítimas e reflexo dos problemas vividos pela situação educacional brasileira. A direção da entidade acredita que a resolução dos impasses deve se dar com base na negociação e diálogo, e em hipótese alguma por meio do uso da repressão e violência da Polícia Militar e sua Tropa de Choque.


 


    “Convocamos todos os estudantes para essa grande paralisação nas universidades no dia 6 porque queremos chamar a atenção da sociedade e do poder público. Muitas das pautas das ocupações se referem a mais investimentos em assistência estudantil. Já é notório o grande número de jovens que largam os estudos porque não possuem condições financeiras de se manter na universidade”, diz o presidente da UNE, Gustavo Petta.


 


    Ele explica que na reforma universitária já estava garantido um aumento das verbas para este caso, mas como o projeto está parado no Congresso, a UNE reivindica uma política emergencial do governo para sanar os problemas relacionados à assistência para os estudantes carentes. Hoje, são as reitorias quem decidem o quanto e como devem investir em assistência estudantil. “Vamos levar até o ministro da Educação todas as nossas reivindicações”, garante.


 


Contra a política econômica
    Além de firmar essas reivindicações, a UNE também exige a imediata mudança da política econômica levada adiante pelo governo federal, com o fim dos juros altos e do superávit primário. “A manutenção de uma política econômica que privilegie os juros altos e um elevado superávit primário é incompatível com a aplicação de mais investimentos na educação. Sabemos que a pressão e a chantagem do capital financeiro é enorme, mas sabemos também que a pressão dos movimentos sociais pode criar canais para que se possibilite transformações”, avalia Petta.


 


    Para Petta, é prioridade garantir a ampliação dos investimentos e uma expansão, democratização e reforma das universidade públicas. “Vamos pressionar as autoridades para eles coloquem, de fato, a educação como prioridade e bem estratégico para o desenvolvimento do país”, diz.


 


Outras reivindicações
    O Dia Nacional de Mobilização defende ainda a imediata ampliação de vagas, principalmente no período noturno, contratação imediata através de concurso público de novos professores e técnico-administrativos e ampliação das estruturas físicas e materiais das IFES.


 


    A UNE também reforça o apoio à greve deflagrada pela Fasubra (Federação de Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras) na segunda (28), que já atinge 34, das 56 IFEs do país. A entidade quer que o governo interceda rapidamente e atenda às reivindicações dos servidores para que as negociações sejam aceleradas.