Boeing é processada por ajudar a CIA

A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, siga em inglês), anunciou que está processando uma subsidiária da companhia Boeing por ter ajudado a transportar três cidadãos de origem árabe “seqüestrados, torturados e que sofreram tratamento desumano”

Em entrevista coletiva, o advogado da ACLU, Ben Wizner, afirmou que “desde 2001, a empresa vem fornecendo substanciais serviços aos “programas de desaparecimento” do governo norte-americano, permitindo o transporte forçado e clandestino de suspeitos para prisões além-mar aonde são detidos à margem da lei e sujeitos à tortura e outras formas de tratamento cruel e desumano”.


 


“As empresas que optam por participar de tais atividades podem e devem ser responsabilizadas legalmente”, disse em comunicado Anthony Romero, diretor-executivo da ACLU. “As empresas norte-americanas não deveriam lucrar com esse tipo de programa da CIA. Isso é ilegal”, acrescentou. 


 


70 vôos secretos
 


O advogado Ben Wizner informou que a subsidiária da Boeing em San Jose, Jeppesen Dataplan Inc “publicamente facilitou mais de 70 vôos secretos por um período de quatro anos para locais onde sabemos que os detidos são rotineiramente torturados ou sofrem abusos, em violação aos direitos humanos universalmente aceitos”.


 


Os três homens detidos são Binyam Mohammed, inglês que foi preso no Paquistão e agora está no campo de tortura de Guantánamo; Abou Elkassim Britel, cidadão italiano que foi preso no Paquistão e está atualmente preso em Marrocos e Ahmed Agiza, cidadão egípcio que estava na Suécia quando foi preso por agentes da CIA, algemado, drogado e levado para o Cairo.


 


Ao menos 1.245 vôos da CIA teriam sido feitos dentro e por sobre a Europa nos quatro anos que se seguiram aos ataques de 11 de setembro de 2001 contra os EUA, afirmou  relatório do Parlamento Europeu divulgado este ano.


 


Fonte: Hora do Povo (www.horadopovo.com.br)