Síria: Tribunal internacional é ingerência externa no Líbano

O governo da Síria qualificou nesta sexta-feira (1/6) como intromissão nos assuntos internos do Líbano a decisão da ONU de criar um tribunal internacional para julgar os implicados no assassinato do ex-primeiro ministro libanês Rafic Hariri.

O governo sírio acredita que a criação de um tribunal só deve ser objeto de discussão por parte das autoridades libanesas, declarou em coletiva de imprensa o ministro de Relações Exteriores sírio, Walid al-Mualem, que recebia a visita de seu homólogo iraniano, Manucher Mottaki.



“De forma oficial, informamos ao COnselho de Segurança da ONU a decisão de não cooperar com esse tribunal”, notificou o ministro.



Mualem considerou que a repúdia de Rússia, China, África do Sul, Indonésia e Catar à proposta evidencia “a clara ingerência nos assuntos internos libaneses”.



“Seria melhor contar com um tribunal internacional aprovado por todos os libaneses”, disse.



Na última quarta-feira (30/5), o Conselho de Segurança aprovou a resolução 1757 para criar um tribunal internacional que julgue os supostos envolvidos no assassinato de Hariri, que foi vítima de um atentado a bomba em Beirute, no dia 14 de fevereiro de 2005.



Diferentes grupos políticos libaneses acusam o governo sírio de estar implicado na morte do ex-chefe de governo, o que é negado por Damasco desde o princípio.