Eugênio Bucci defende TV pública com arrojo e sem chatice

O ex-presidente da Radiobrás, Eugênio Bucci, disse em entrevista à TV Câmara, que “a chatice não pode ser a religião da TV pública”. Segundo ele, boa parte da programação das TVs públicas é chata não pelo conteúdo ou pelo arrojo, mas por incompetência.

“Não é só falta de verba, há muito de parasitismo, comodismo e incompetência”, afirmou. Para ele, há programas que resvalam na chatice, como os de entrevistas, mas também neste caso não se deve fazer como nas emissoras comerciais, que fogem de qualquer proposta que pareça tediosa. “O pensamento também precisa encontrar seu espaço na televisão”, disse.



Segundo ele, a principal diferença entre TV pública e TV comercial é de objetivo: “a TV comercial é guiada por princípios de mercado; a TV pública deve ser orientada pelo interesse público”.



Ele lembra que a TV pública não deve servir como propaganda do ocupante de um cargo público, e entende que muitas vezes, a TV comercial padece do mesmo mal que a TV pública: o aparelhamento. Muitas vezes, por depender de publicidade e da concessão pública, as emissoras tendem a sacrificar sua independência.



Para Bucci, o jornalismo, a imprensa e a informação devem fiscalizar o poder. “É preferível que o jornalismo erre contra o governo do que a favor”.


Fonte: IG