Vázquez desmente saída do Mercosul

O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, negou que seu governo tenha decidido abandonar o Mercosul. A informação é do ministro da Cultura e presidente da Frente Ampla, Jorge Brovetto. Em declarações a Televisión Nac

Brovetto, que afirmou ter conversado durante 40 minutos com o presidente uruguaio, revelou que desde a madrugada recebeu quase 30 telefonemas de veículos de comunicação argentinos para consultá-lo sobre tal informação. "Vázquez disse durante a viagem que o Uruguai quer um Mercosul maior e melhor", recordou o ministro. Confirmou ainda que o governo não quer mudar de "status" dentro do bloco econômico formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai como membros plenos, por Venezuela em processo de integração plena, e por Bolívia e Chile como "associados".

O ministro lembrou ainda que na próxima quinta-feira, depois de sua reunião com o presidente norte-americano George W. Bush, Vázquez concederá uma coletiva de imprensa na qual dará maiores esclarecimentos.

 

O jornalista enviado a Washington pelo Canal 10 de Montevidéu, Nelson Fernández, divulgou na noite passada a informação que Vázquez havia lhe dito que seu governo estaria analisando a possibilidade de o Uruguai passar ao status de "membro associado" do Mercosul. O país está descontente com o grupo devido aos bloqueios das pontes internacionais realizados desde dezembro por ambientalistas argentinos, em protesto contra a construção de duas fábricas de celulose no Uruguai. Esses bloqueios geram grandes prejuízos econômicos ao país.

O governo uruguaio advertiu que os bloqueios violam o Artigo 1º do Tratado de Assunção, marco do nascimento do Mercosul e que garante o livre trânsito de pessoas e bens entre os países membros. Segundo as informações divulgadas pelo Canal 10, o enviado teria conversado com Vázquez, quem lhe disse que o Uruguai "denunciará o Tratado de Assunção" e "iniciará um processo de saída" do bloco regional. O governo de Montevidéu solicitaria a categoria de "país associado" do grupo regional, de acordo com o Canal 10.

Entretanto, pouco depois da transmissão da notícia, o subdiretor da Secretaria de Imprensa e Difusão do governo uruguaio, Gustavo Antúnez, disse em Washington que "não foi sugerida nenhuma ruptura no Mercosul". Consultados pela imprensa uruguaia, os ministros uruguaios da Economia e da Indústria, que acompanham Vázquez na visita oficial, também desmentiram a notícia e disseram que "o assunto não foi analisado porque não está na agenda".

 

Durante esta manhã, Vázquez se reuniu com o presidente do Banco Mundial (BM) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). À tarde, o presidente uruguaio será recebido pelo presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo secretário de Comércio dos Estados Unidos, Carlos Gutierrez.

 

Com agências.