Manifestantes russos pedem liberdade de informação na TV
Centenas de manifestantes reuniram-se do lado de fora da principal estação de TV da capital russa para protestar contra o que classificam de “mentiras e censura” na mídia televisiva, que é largamente controlada ou influenciada pelo governo.
Publicado 20/05/2007 19:59
A passeata pacífica, de cerca de 300 pessoas, se dá em meio às crescentes preocupações quanto á liberdade de informação na Rússia. A questão ganhou destaque, na última semana, com a demissão de jornalistas da agência notícias Russian News Service, que protestavam contra a diretriz editorial de gerar 50% de material a favor do governo.
“Estamos muito preocupados e perturbados e pedimos um protesto contra as mentiras na televisão, contra a vulgaridade e a falta de profissionalismo na televisão, contra a censura política na televisão”, disse o líder do partido Yabloko, de oposição, Grigory Yavlinsky, do Aldo de fora do complexo Ostankino, no norte de Moscou.
O Ostankino abriga os escritórios e estúdios de muitos canais de TV, incluindo a torre de transmissão de 540 metros de altura, a estrutura artificial mais alta da Europa.
Conforme aproximam-se as eleições parlamentares russas (em dezembro) e presidenciais (em março de 2008), a influência do governo sobre os meios noticiosos parece atingir o nível mais alarmante desde o fim do império soviético.
Programas de análise nos principais canais de TV são cada vez mais raros e menos críticos. o Estado controla uma das três maiores estações de TV do país e é acionista majoritário de outra, além de possuir duas das três principais estações de rádio.
A NTV, terceira maior rede de televisão e, no passado, renomada por sua postura crítica e independente, foi comprada pelo monopólio estatal de gás natural, Gazprom, que também é dono do jornal Izvestia.
Os noticiários dedicam cada vez mais tempo ao presidente Vladimir Putin e a dois vice-primeiros-ministros vistos como fortes candidatos situacionistas à sucessão presidencial.
Fonte: Associated Press