E agora, “IstoÉ”? Editora Três demite 240 e pede socorro

Na maior crise de sua história, a Editora Três – que publica as revistas IstoÉ, IstoÉ Dinheiro e IstoÉ Gente – anunciou a demissão de mais de 240 funcionários neste mês de maio. A situação financeira é tão grave que a empresa ta

A advogada da editora, Claudia Regina Soares dos Santos, afirmou que o assunto deve ser tratado em nota oficial a ser divulgada, de acordo com informações do site da Revista Consultor Jurídico de 15 de maio. Segundo o veículo, o ex-senador do Amazonas, Gilberto Miranda, lideraria um grupo de bancos para tentar salvar a editora e teria conseguido R$40 milhões para começar a acertar os passivos.


 


As dívidas, no entanto, girariam em torno dos R$ 500 milhões – cerca de 70% com o governo. O procedimento de recuperação judicial substitui a concordata pela nova Lei de Falências de 2005 e é uma forma de dar continuidade às atividades econômicas das empresas em crise financeira, propondo aos credores uma renegociação das dívidas.


 


Proposta recusada


 


Na tarde de quinta-feira (17), representantes da editora se reuniram com os diretores do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo (SJSP), em tentativa da entidade de recuperar os empregos dos jornalistas demitidos. Mas a Três afirmou que não existe a possibilidade de reverter as demissões – e apresentou a proposta de pagar aos demitidos apenas os dias trabalhados.


 


Segundo nota do SJSP, a entidade recusou a proposta e afirmou que exigirá o pagamento integral das verbas rescisórias. Para discutir os próximos passos da negociação, a diretoria do sindicato marcou nova reunião com os funcionários demitidos para a noite desta sexta-feira.


 


Dos demitidos, 40 são jornalistas. O restante trabalhava nas áreas administrativa e na gráfica da Três. Os cortes afetam todas as publicações da empresa – até as modestas Dinheiro Rural, Menu e Motor Show. “Todas as revistas da editora terão uma redação. Já estão mudando tudo, inclusive derrubando paredes”, disse um funcionário, que preferiu não se identificar.


 


Sem acordo com sócio


 


Sobre as negociações em andamento, Nelson Tanure, presidente da Companhia Brasileira de Multimídia (CBM), deveria se transformar em credor da editora. Tanure havia injetado R$ 15 milhões na Três, com vistas a uma futura aquisição, e teria preferência na compra do grupo.


 


Mas a unificação das redações e as demissões mudaram o quadro. Com isso, fica confirmado o fim das negociações com a CBM. Não há informações se a Três já teria ressarcido a CBM ou se o pagamento será feito após a entrada de anúncios. “A informação que temos é que seria pago na forma de anúncios”, disse o funcionário.


 


A editora teria feito um acordo com um grupo de bancos para garantir o pagamento dos encargos trabalhistas de todos os profissionais desligados.