TV Pública tem poucos recursos, mas qualidade de conteúdo

Apesar de a TV Pública brasileira “estar na contramão da tradição européia e dispor de poucos recursos financeiros para produção”, seu conteúdo prima pela qualidade. A declaração de Nelson Hoineff, diretor do Instituto de Estudos da Televisão (IETV), f

Para Hoineff , que fez um apanhado da história da TV no Brasil e traçou um paralelo entre TV Pública e comercial nacionais, a TV Pública estimula a dúvida e o exercício da cidadania, além de ter uma grande capacidade de diversidade de produção.



Na discussão sobre Programação e Modelos de Negócios, foram apresentadas sugestões e idéias para renovar a programação, os formatos e os modelos de negócios com a finalidade de redesenhar a TV Pública.



As idéias debatidas apontam para necessidade de definir claramente o conceito e as características da TV pública; pensar na formação e na qualificação profissional que faz a TV pública e uso maior da produção independente.



Também foram sugeridos o fomento da integração das mídias e pensar no futuro digital; além de definir o que é programação de qualidade; rever as leis de incentivo em favor da produção nacional para a TV Pública brasileira e fazer com que a TV Pública espelhe a diversidade étnica e cultural brasileira.



Uma pesquisa encomendada pela Fundação Cultural Palmares (FCP/MinC), mostrou que a programação atual das TVs Públicas brasileiras expressa um baixo perfil de reflexão sobre o pluralismo cultural brasileiro, foi apresentada pelo autor da pesquisa o cineasta Joel Zito Araújo. Ele mostrou que 88,6% dos jornalistas e apresentadores das TVs Públicas são euro-descendentes, enquanto 8% são afro-descendentes.



TVs Legislativas



A construção de uma “Rede Pública de TVs Legislativas” foi uma das propostas sugeridas no evento. O presidente da Associação Brasileira de Televisões e Rádios Legislativas (Astral), Rodrigo Lucena, em palestra, declarou que “a nossa proposta fundamental para este Fórum é a incorporação das três esferas da federação, que permita partir para um sistema digital e que tenha um conteúdo de qualidade para a sociedade brasileira”, declarou.



Ele sugeriu uma nova formulação para as TVs Legislativas para facilitar o acesso à grade televisiva: disponibilizar para o telespectador uma programação especializada sobre sua área de atuação; buscar padrões éticos para garantir a inserção e não beneficiar causas pessoais, de partidos e de autoridades.



“Eu defendo é a ferramenta da televisão, a ferramenta do audiovisual, como uma janela para a exposição pública do trabalho que é desenvolvido no dia-a-dia do parlamento brasileiro, como em todas as outras esferas”, ressaltou Lucena.



TVs Universitárias



A programação das TVs Universitárias estão, atualmente, em processo de mudança. O tema foi apresentado pelo jornalista Gabriel Priolli, presidente da Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU), no Fórum.



Ele sugeriu algumas adaptações e a introdução de novidades para os sistema televisivo universitário: compartilhamento de programação via Internet; reordenamento do campo público da televisão; aglutinação dos canais públicos numa mesma faixa; participação no planejamento de mídia de governos, autarquias e empresas estatais.



Outra necessidade apontada durante a exposição de Priolli, foi a adoção de critérios de fomento e não de “mídia técnica” – que possui maior audiência e mais investimentos –, além de apoio institucional e financeiro do governo federal para a implantação de uma Rede de Intercâmbio de Televisão Universitária.



Priolli explicou, ainda, existem hoje no Brasil 52 canais no segmento TVs Universitárias, além de 13 canais comerciais que transmitem programação dos canais universitários. Segundo o presidente da ABTU, 54 cidades já têm canais universitários, assim distribuídos: Sudeste, 22; Sul, 18; Nordeste, seis canais; e as regiões Norte e Centro-Oeste, quatro cada uma.



Com informações do MinC