Editor critica Octavio Frias e é demitido. Redação faz greve

Os três editores, seis repórteres e três estagiários do M&M só voltarão a trabalhar na quarta-feira, após uma reunião com a direção do jornal, marcada para as 9 horas. Os profissionais entregaram a Regina Augusto, diretora editorial, uma carta explicando os motivos da paralisação.

 

“Já que a demissão é irreversível nas duas pontas, tanto pelo veículo quando pelo Nicoleta, resolvemos fazer esse protesto”, diz o texto. “Em linhas gerais, a gente pede para que seja estabelecida uma relação de transparência com a redação. A gente quer garantir que esse tipo de coisa não aconteça mais. Até porque a imagem da redação também não pode ser prejudicada”, informou um dos funcionários.

 

O M&M on-line será atualizado por apenas uma funcionária, que não aderiu à paralisação por estar em período de experiência.

 

A demissão

 

Na última edição do jornal, um box lembrou as posições favoráveis de Frias à ditadura militar – que não foram poucas, nem irrelevantes. A direção do M&M, no entanto, considerou o box dispensável, alegou que o texto não deveria ter sido publicado e demitiu Nicoleta.

 

Profissionais da redação contaram que, em reunião nesta segunda-feira, Regina Augusto afirmou que a demissão do editor-chefe era irreversível. “Ela acabou ameaçando os outros jornalistas de que eles não podem tocar em determinados assuntos – falou isso claramente, limpidamente”, declarou um profissional da redação”

 

“A mídia é nosso assunto”, acrescentou. “Se você faz um pacto com seu assunto, não faz mais jornalismo.” Em fevereiro passado, Nicoleta, com cinco anos de M&M, recebeu uma placa de agradecimento pelos serviços prestados à empresa.

 

Ele se disse surpreso com a demissão e não soube dizer se houve algum tipo de pressão da Folha de S.Paulo para sua demissão ou se a decisão partiu da direção do M&M. A Folha, não por acaso, é um dos anunciantes do veículo em que Nicoleta trabalhava até então.

 

Da Redação, com informações do Comunique-se

 

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