Livro aborda formação da mídia contemporânea

A discussão sobre a sociedade do espetáculo, ditadura do marketing e a força do capital na ação da imprensa fazem parte da pesquisa de Ana Luiza Martins e Tânia Regina de Luca. No livro Imprensa e Cidade, as duas historiadoras da Universidade Est

“Como trabalhamos com a noção de história, a abordagem resultou numa história da imprensa que é também uma história do Brasil. Repassamos as situações que marcaram nossa formação cultural desde a chegada da imprensa ao país em 1808 e até 2004. São registros diferenciados de alguns momentos percebidos pelos bastidores das várias mídias”, conta Ana Luiza.


 


A historiadora explica também que houve uma preocupação em mostrar o impacto da imprensa dominada pela fragmentação, imediatismo e bombardeio de notícias em meios como a internet e celulares. “A informatização da imprensa é um fenômeno recente, mas ao longo das últimas duas décadas já permite o distanciamento necessário para tratá-lo no quadro mais amplo do processo histórico da comunicação de massa e da evolução da imprensa”, ressalta.


 


O livro ainda traz explicações sobre diagramação, concepção editorial, projeto gráfico e escolha de manchetes. As ilustrações utilizadas são as capas de publicações como a revista A Vida Moderna, editada em 1914, e a revista O Cruzeiro, editada de 1928 a 1975.


 


“Capacidade de síntese”


 


As autoras fizeram mestrado e doutorado em temas relacionados à imprensa, o que fez com que tivessem bastante material já coletado e “mais amadurecimento” sobre o assunto. Tânia Regina afirma que o desafio foi justamente pegar toda a produção recente na área de história da imprensa, “que é muito grande”, e sintetizar.


 


“Foi muito difícil passar o que havia de mais atualizado no campo científico e na produção acadêmica para poucas páginas, numa linguagem acessível para o público em geral”. Ela explica que o livro faz parte da Coleção “Paradidáticos”, o que significa que os textos são “feitos por especialistas para não-especialistas”.


 


Tânia recomenda o livro aos profissionais da mídia, estudantes de jornalismo e história.