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Espanha: milhares de pessoas protestam contra reforma

Milhares de pessoas voltaram a tomar nesta quinta-feira ao centro de Madri para exigir que se submeta a referendo a decisão do governo espanhol de incorporar à Constituição o limite de déficit fiscal.

Apenas quatro dias depois de um protesto similar, a contrariedade do povo fez-se sentir mais uma vez contra o pacto entre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), no governo, e o de direitista Partido Popular (PP) para incorporar à Carta Magna um teto de despesa.

Não a esta reforma da Constituição, abaixo a ordem dos mercados e do capital foi o lema da marcha, que partiu desde a Largo de Atocha e terminou a poucos metros da sede do Congresso dos Deputados (Câmara baixa).

A manifestação foi convocada pelo Movimento 15-M dos Indignados, plataforma que nasceu de maneira espontânea nas redes sociais da Internet para expressar sua oposição à situação política, econômica e social deste país europeu.

Assim como no domingo passado, quando se realizaram mobilizações em uma dezena de cidades, os manifestantes exigiram a celebração de uma consulta popular para que sejam os cidadãos que se pronunciem sobre a projetada reforma constitucional.

Os Indignados e suas organizações afins denunciaram que a medida negociada entre as duas forças políticas majoritárias da Espanha foi redigida sob o ditame dos mercados financeiros e dos governos neoliberais das potências europeias.

Frases como Democracia, onde estas? Na Minha Constituição quem vota sou eu ou Ditaduras de bancos, não! – podiam ser lidas nos cartazes que centenas de manifestantes caregavam.

Também foram gritadas palavras de ordem a favor de uma greve geral, caso prospere a modificação da Lei Fundamental, que tem garantida sua aprovação na Câmara baixa com os votos do PSOE e do PP, principal força direitista da oposição.

Depois de concluir o protesto, uma parte dos manifestantes realizou uma assembleia para definir as ações que levarão a cabo nos próximos dias, sobretudo as de amanhã, quando a proposta receberá luz verde no Congresso e passará ao Senado para sua aprovação definitiva.

Socialistas e conservadores fecharam na sexta-feira última um acordo para anexar à Constituição um princípio de estabilidade orçamentária, o qual proíbe às administrações públicas incorrer em um déficit estrutural superior ao requerido pela União Europeia.

Para a Esquerda Unida, a regra de ouro da doutrina plasmada na polêmica reforma (limitação estrita do déficit e da dívida pública e priorização do pagamento dos juros da dívida) é a bandeira ideológica e política das políticas neoliberais.

Prensa Latina