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SP: Militância comunista mostra sua cara em Conferência Municipal

Da aposentada recém-filiada ao militante que atua há décadas, todos querem o mesmo: a busca pelo socialismo.

Dentre as diversas bases distritais presentes na Conferência Municipal de São Paulo 2011, no final de semana, uma das que mais se destacou foi a dos condutores, que levou 32 delegados para o evento e envolveu um total de 700 profissionais durante as conferências de base.

Por ser uma categoria pulverizada em toda a Capital, foi possível atrair um número maior de participantes. “A atuação descentralizada ajuda e enriquece muito o processo. Fizemos dois encontros e nas duas ocasiões tivemos grande adesão”, contou José Carlos Negrão, 47 anos, diretor do Sindicato dos Motoristas de São Paulo, que tem como bandeira a regulamentação da profissão.

No recorte regional, a Zona Leste com sua grandeza somou nas discussões. “Todas o distritos são importantes, mas aqui (Zona Leste) teremos maior responsabilidade nas próximas eleições municipais. Seja por sua grandiosidade, seja por abrigar grande parcela das camadas mais populares ”, exclamou a bióloga Maria Lúcia Lima da União Brasileira, da União Brasileira de Mulheres (UBM). Uma das principais lutas da região é a por moradia.

A aposentada Maria Aparecida Vieira Pedro, 69, ingressou no partido há pouco mais de um mês. Mãe de quatro filhos, a aposentada trabalhou quase toda a vida como telefonista. Sempre interessada na política, acompanhava os acontecimentos somente pelo noticiário. 

Mas, durante os meses que antecederam a conferência municipal, foi levada por uma vizinha a frequentar as reuniões de base e distritais. A cada uma delas foi se identificando cada vez mais com o programa socialista. “Nunca tinha passado por essa experiência e visto os fatos com essa visão. Poder estar aqui (na conferência), ouvindo as lideranças, está me ajudando muito a aprender mais sobre a política”, exclamou Maria Aparecida, que pretende estar presente nas próximas conferências.

Já o professor Pedro Brasil, 52, é militante há 16 anos. Se orgulha em dizer que ajudou a construir a base na Zona Leste, onde mora. Inicialmente, era da distrital de São Miguel. Mas, nos últimos anos atuou na ampliação da legenda na região. Ele contou que no dia 14 de agosto ocorreu a primeira assembleia da distrital recém-criada Ermelino-Penha, que levou 17 delegados.
 
Brasil faz questão de explicar que o número serve somente como incentivo para continuar crescendo e não como confronto. “Gosto dos bastidores, de colaborar com a articulação. Sou espécie de Aldo Rebelo da região”, falou com entusiasmo o professor de Educação Artística, comparando-se ao deputado federal do partido.

Diretamente do subdistrito de Cursina, Zona Sul, o radialista Raimundo Nonato Alves da Silva, 43, mais conhecido como Donato, foi à conferência juntamente com outros três delegados do local. Desde o início da década de 1990, batalha pela regulamentação das rádios comunitárias. Quando ela veio, em 1998, levantou 1.800 assinaturas de moradores da Água Funda, onde residem cerca de 60 mil pessoas, em favor da regularização da Estrada FM. “A rádio não tem e não pode ter vínculo com o partido. Mas eu como militante luto por mais benefícios para a comunidade”, declarou.
 
Quem não poderia faltar no encontro é Maria Cícera Mineiro da Silva, 57, líder comunitária na Zona Sul, com atuação pelo Movimento de Mulheres na Luta pela Dignidade. Sua distrital, Santo Amaro, levou 21 delegados e filiou cerca de 500 membros.

“O PCdoB está sendo convidado a entrar nas casas das famílias cada vez mais. O programa do partido é bem aceito. A nossa região também tem força e é importante para a manutenção e o fortalecimento das ideias. Por isso temos que ousar nos próximos anos”, destacou Cícera que milita há 33 anos.

Deborah Moreira, da redação do Vermelho