Banco do Estado de Santa Catarina sob ameaça

O BESC, Banco do Estado de Santa Catarina está ameaçado de perder as contas salários do Governo do Estado e sofrer um processo de desmonte. Uma audiência pública na Assembléia Legislativa (ALESC) debateu o polêmico edital emitido

No plenário da Assembléia, funcionários do Besc e outros setores da sociedade, protestaram, pois temem que a perda de um cliente, com o potencial da Casan e do próprio Governo do Estado, possa representar um passo para a privatização do Banco que foi já foi federalizado, em virtude de um processo de desmonte que sofreu na gestão de Esperidião Amin (PP). 

O Partido Comunista do Brasil emitiu uma nota pública em defesa do BESC e está empenhado na busca de uma solução política para a situação.

De Florianópolis
Vinícius Puhl
Foto Daniel Conzi/DC

Leia a nota do PCdoB:

 

EM DEFESA DO BESC PÚBLICO

 

 

            O Partido Comunista do Brasil de Santa Catarina manifesta sua posição sobre a ameaça de desmonte do Banco do Estado de Santa Catarina (BESC):
O governo de Fernando Collor de Melo e os dois mandatos do governo de Fernando Henrique Cardoso, com as suas políticas neoliberais, entregaram,  após serem saneados com recursos públicos, boa parte dos bancos estaduais aos bancos privados, em sua saga pela privatização. O BESC, por muito pouco não teve o mesmo destino.
            Os bancos públicos em nosso País e também em SC, tem sido o principal instrumento de financiamento das atividades produtivas e no desenvolvimento social. Por outro lado, os bancos privados, em busca de lucros crescentes, investem os recursos captados na especulação financeira, migrando boa parte dos recursos captados em nosso Estado para o centro financeiro do País, onde ficam as suas matrizes.
O BESC, por ser de nosso Estado, cumpre  papel estratégico na busca do desenvolvimento econômico e social de Santa Catarina. O BESC tendo por princípio a sua função social. Está presente em todos os municípios catarinenses, contribuindo dessa forma que o crédito e os serviços bancários estejam disponíveis a todos os catarinenses, inclusive nos pequenos municípios. O atual estágio de desenvolvimento econômico e os bons índices de desenvolvimento humano – IDH de nosso Estado devem-se muito ao papel do BESC.
Merece destaque a visão dos gestores públicos que constituíram o BESC, bem como dos então candidatos LULA e Luis Henrique da Silveira a presidente e a governador do estado respectivamente, quando o BESC estava para ser privatizado num ato de coragem e visão política assumiram compromissos com a sociedade catarinense de manter o BESC Público. O grupo formado FHC, AMIN/BORNHAUSEN e aliados, seguiam a cartilha neoliberal de privatização levaram o Banco a tal situação.
Entretanto, neste momento, o banco sofre nova ameaça se for concretizada a retirada das contas do Governo do Estado do BESC e repassada a outros bancos privados. Este é um equivoco que vai no sentido contrário ao compromisso assumido em campanha.
Em nosso entendimento os problemas de dificuldades financeiras de endividamento, da falta de recursos para investimento não serão resolvidos com as migalhas ofertadas pelos bancos privados. Alias estes historicamente tem sido um dos principais entraves para o desenvolvimento da produção em nosso estado e país.
Diante de tais fatos posicionamo-nos contrário a toda e qualquer forma de desmonte do banco público. O BESC precisa ser recuperado e fortalecido e voltar a atuar na plenitude de suas funções, para poder cumprir seu verdadeiro papel de indutor do desenvolvimento econômico e social em Santa Catarina.
Da mesma forma manifestamos a nossa irrestrita solidariedade a todos(as) os(as) trabalhadores(as) na sua luta em defesa do BESC e de seus empregos.

 

O BESC É PATRIMÔNIO DOS CATARINENSES

 

Florianópolis, Abril de 2006

 

 

Partido Comunista do Brasil