Governador e senador acreanos rebatem mentiras da “Veja”

As duras e injustas críticas que a Veja fez ao ex-governador do Acre Jorge Viana (PT) foram prontamente rebatidas. Num pronunciamento apoiado por senadores tanto da base aliada quanto da oposição, Tião Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado Fed

Nesta semana, Veja rebaixou a gestão ambiental dos dois governos de Jorge Viana à frente do Acre – estado que apresenta hoje um dos menores índices de desmatamento entre todos os da Amazônia. Classificando a reportagem de “ataque gratuito, sem qualquer medida de responsabilidade jornalística” e lamentando profundamente a posição da revista de não ter ouvido o ex-governador sobre as acusações infundadas, Tião enalteceu a política florestal levada a cabo por Jorge Viana.


 


“Essa política, que envolve a economia florestal tão almejada por nós, da Amazônia, teve, durante os oito anos de gestão do governador Jorge Viana, absoluta responsabilidade e sensibilidade àquilo que era uma causa de sua vida, como um jovem idealista que fez o curso de engenharia florestal dentro da Universidade de Brasília e foi militante do movimento estudantil”, destacou o senador.


 


Segundo Tião, Jorge Viana é uma pessoa que caminhou e trilhou momentos extraordinários na vida ao lado de Chico Mendes, de Marina Silva e de outros companheiros da luta ambientalista propriamente dita, a favor de um mundo mais responsável com a política ambiental, mais responsável com a Amazônia.


 


“O governo Jorge Viana conseguiu extrapolar suas próprias fronteiras num grande e virtuoso debate sobre a responsabilidade sócio-ambiental que deveriam ter os governantes do Brasil e do mundo com a questão amazônica”, discursou o senador.


 


“Infelizmente, foi vítima, por uma questão que parece muito mais da melancolia individual de um profissional da imprensa, fruto da desinformação profissional, da ausência de conhecimento básico mínimo sobre a observação estatística e que fez uma matéria crítica, ácida, querendo apenas denegrir a sua imagem”, emendou.


 


Reincidência


 


Tião lembrou que não é a primeira vez que a Veja ataca diretamente a figura do ex-governador acreano. “Infelizmente, a linha editorial da revista, ultimamente, tem se apegado muito mais ao denuncismo, à inquietação com aqueles que podem ter um projeto próprio, um projeto de governo, um projeto de Estado”, ressaltou.


 


“Talvez por esse momento de transição política, de recomposição de governo, alguém, com má intenção, esteja influenciando o jornalista sediado no estado do Pará, a mais de 2 mil quilômetros de distância do estado do Acre”, especulou Tião. “Sem ter ido ao Acre, sem ter ouvido os argumentos do ex-governador Jorge Viana e das pessoas responsáveis pela política ambiental e florestal do estado, ele resolveu fazer um ataque gratuito, sem qualquer medida de responsabilidade jornalística.”


 


Em seu pronunciamento, o senador leu a íntegra da nota divulgada pelo governador do Acre, Binho Marques, em que este também rebate, com números e percentuais, os ataques gratuitos ao seu antecessor. Tião Viana também leu nota do secretário de Meio do Acre, Edegard de Deus, esclarecendo que Veja já havia errado quando, em setembro de 2003, acusou o Governo da Floresta de ter promovido o maior desmatamento da história do Acre. A matéria se baseava em dados do Inpe


 


“Logo em seguida, ficou comprovado pelo próprio Inpe que a interpretação apresentada pela reportagem foi construída a partir de um erro de leitura das imagens de satélites por parte do próprio Inpe. A revista, somente sete meses depois, reconheceu o erro e, na seção chamada Holofote, publicou uma irônica nota de retratação, em sua edição de 21 de abril de 2004”, diz a nota do secretário lida pelo senador.


 


Em sua defesa sobre o trabalho absolutamente sustentável desenvolvido por Jorge Viana no Acre, o senador Tião Viana foi aparteado e apoiado pelos senadores Arthur Virgílio Neto (AM), líder do PSDB no Senado; Fátima Cleide (PT-RO); Papaléo Paes (PSDB-PA); Augusto Botelho (PT-RR); Eduardo Suplicy (PT-SP) e Sibá Machado (PT-AC).


 


 
Leia a mensagem do governador Binho Marques à Veja


 



Nota à revista Veja


 


Em respeito aos leitores da revista Veja, o Governo do Estado sente-se obrigado a esclarecer as informações apresentadas pelo jornalista Leonardo Coutinho na matéria publicada no último final de semana. Não é a primeira vez o jornalista busca atacar o ex-governador Jorge Viana. Em setembro de 2003, Veja utilizou dados preliminares do INPE para afirmar que na gestão de Jorge Viana teria ocorrido o maior desmatamento da história do Acre. Depois de esclarecimentos, inclusive do próprio INPE, sete meses depois, a revista publicou nota reconhecendo o erro.


 


Na última edição de Veja, novamente o jornalista se apressa em afirmar, baseado em pesquisa do IMAZON – contrata pelo próprio Governo do Estado para servir de base à política ambiental – que o desmatamento do Acre aumentou na gestão de Jorge Viana, buscando desqualificar novamente os trabalhos em defesa da floresta no estado do Acre.


 


De forma apressada, faz uma soma simples das áreas desmatada nos oito anos do Governo da Floresta e chega à conclusão de aumento de 42% de área desmatada. Com este dado bruto e sem uma avaliação adequada, o jornalista decreta a suposta incapacidade da política praticada nos últimos oitos anos para conter o desmatamento no Acre.


 


Primeiramente, é preciso esclarecer que, para realizar uma avaliação mais precisa, devemos levar em consideração não o valor bruto de desmatamento, mas o valor do incremento anual e compará-lo com a média da Amazônia. O incremento do desmatamento no Acre, nos últimos oitos anos, foi abaixo da média da região. Tanto é assim que a contribuição do Acre no desmatamento da região é de apenas 3%.


 


A média baixa do ritmo do incremento do desmatamento do Acre é ainda mais significativa (0,40 % – média anual nos últimos oito anos), se levarmos em consideração que neste mesmo período no Acre, ocorreu um dos maiores investimentos públicos de toda a história com melhoramento da infra-estrutura rodoviária (asfaltamento da BR-317 e obras de pavimentação na BR-364), ampliação do crédito rural (de 89 a 98, R$ 56,4 milhões e de 99 a 2006 mais de 314,5 milhões), crescimento do rebanho bovino no mesmo período em 416% (de 900 mil reses para 2,4 milhões) e crescimento da população rural em 14,9%: mais de 24 mil pessoas buscaram a área rural. Mesmo com este incremento econômico, a interferência no ritmo do desmatamento foi menor que em outras regiões da Amazônia.


 


Foram criados planos de desenvolvimento sustentável para as áreas de abrangência das estradas pavimentadas: as áreas de unidades de conservação aumentaram mais que o dobro (2000 a 2006 houve ampliação de 2,7 milhões de hectares, um incremento de 105% na área de conservação). Foram criadas três florestas estaduais para manejo sustentável (85% das madeiras comercializadas hoje no Acre são manejadas).


 


A afirmação sobre o Seringal Nova Esperança e sobre a Reserva Indígena precisa ser melhor detalhada ao leitor. O Seringal Nova Esperança é uma área recentemente incorporada às unidades propostas pelo Zoneamento Ecológico onde o percentual de desmatamento de 36% refere-se à área desmatada antes de se tornar uma unidade de conservação. Em relação à terra indígena, é preciso dizer que ela foi criada há décadas como uma Colônia Rural Indígena com apenas de 200 hectares e com uma população de mais de 60 pessoas: cerca de menos de 3 hectares por pessoa.


 


A floresta é uma referência importante para o desenvolvimento econômico no Acre. É com ela que o povo aprendeu a ter um novo olhar na relação entre o homem e a natureza. Foi com a floresta que surgiram nossas maiores lideranças: Marina Silva, Chico Mendes, Wilson Pinheiro, Jorge Viana. É preciso que o Brasil saiba isso e que os comunicadores revelem essa verdade.


 


Binho Marques
Governador do Estado do Acre