Bush matem tarifas a álcool e não cede a pedido do Brasil

A declaração conjunta dos presidentes George W. Bush e Luiz Inácio Lula da Silva traz menções a um reforço nos entendimentos dos dois países sobre o álcool, mas não registra avanços na demanda brasileira a respeito da redução das tarifas americanas de imp

''Os Presidentes registraram com satisfação os resultados da reunião para a implementação do Memorando [de entendimento, assinado no início de março], realizada no dia 29 de março em Washington'' registra o documento, distribuído hoje pelo Ministério das Relações Exteriores.


 


''[Os dois mandatários] manifestaram a intenção dos dois governos de organizar missões de cientistas e pesquisadores brasileiros a laboratórios de pesquisa de ponta em biocombustíveis nos Estados Unidos, bem como a visita de missão conjunta do Departamento de Energia/Departamento de Agricultura norte-americano, em abril-maio de 2007'', acrescenta.


 


Ainda no Brasil, o presidente Bush descartou uma redução das tarifas de importação sobre o álcool brasileiro antes de 2009. Em conferência de imprensa realizada em Camp David, o presidente Lula admitiu que voltava ao Brasil com ''nada'' em termos de acordo efetivo com os EUA, mas que a reunião tinha sido produtiva.


 


A declaração conjunta também faz referência às negociações entre os dois países a respeito da Rodada de Doha, de liberalização comercial.


 


''Os Chefes de Estado reafirmaram o crescimento econômico global e o desenvolvimento como objetivos centrais da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Sublinharam a importância da continuidade do engajamento construtivo dos negociadores, que possibilitou a retomada das negociações. Comprometeram-se a trabalhar conjuntamente em prol de sua conclusão, aproveitando a janela de oportunidade que se apresenta em 2007'', assinala a declaração conjunta.


 


O documento ainda traz menção aos esforços de tropas brasileiras, que comandam uma missão de paz no Haiti, país latino-americano devastado pela guerra civil. ''[Os mandatários] coincidiram em atuar no âmbito das Nações Unidas para aprofundar a cooperação multilateral no Haiti e acolheram positivamente os esforços para identificar áreas de cooperação mútua para apoiar a estabilidade e o desenvolvimento econômico em Cité Soleil [bairro mais violento da capital Porto Príncipe]''.