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Cobrança de direitos autorais pode acabar com blocos de carnaval

O presidente do bloco carnavalesco Cordão do Bola Preta questiona os critérios de cobrança do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), órgão responsável pela cobrança de direitos autorais no país. Pedro Ernesto disse que pela tabela do Ecad nenhum bloco carnavalesco teria condições de desfilar pelas ruas do Rio de Janeiro. Segundo ele, pelo público do Bola Preta, o bloco teria que pagar ao Ecad cerca de R$ 8 milhões. "O Ecad sabe que não há como pagar isso."

Cobrança de direitos autorais pode acabar com blocos de carnaval - Vanderlei Almeida/France Presse

O Ecad cobra dos blocos uma taxa proporcional ao público que compareceu às festas e desfiles nos dois últimos anos. Os critérios que estabelecem as taxas de arrecadação também são questionados por sindicalistas e pela associação Folia Carioca. Eles querem mais transparência na definição das taxas e flexibilização da cobrança.

De acordo com apuração da Agência Brasil, o bloco da cidade do Rio de Janeiro, Cordão do Bola Preta quitou débitos pela exibição pública de músicas até 2008. A agremiação fez um acordo de R$ 50 mil com Ecad. De lá para cá, o valor está sendo negociado.

Além dos desfiles de escolas de samba na Sapucaí, são centenas de blocos nas ruas. Segundo a prefeitura do Rio de Janeiro, o carnaval de rua deve atrair milhões de pessoas.

Na última sexta-feira (25), o Cordão Bola Preta arrastou aproximadamente 100 mil foliões pelas ruas do Centro do Rio. Neste sábado (5), segundo dados da PM do Rio, foram 2 milhões, consagrando o Cordão Bola Preta como o maior bloco do mundo, deixando o bloco pernambucano Galo da Madrugada em segundo lugar.

No ano passado, a situação do carnaval de rua no Rio de Janeiro foi semelhante. Blocos que fazem um carnaval gratuito, sem a cobrança de ingressos, também receberam faturas do Ecad.

Fonte: Agência Pulsar

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