EUA tentam interferir em negócios da Petrobras com o Irã

Os Estados Unidos estão preocupados com o interesse da Petrobras em fazer negócios com o Irã. Numa iniciativa que faz parte da agressiva campanha do governo americano contra investimentos de empresas estrangeiras no país, com o objetivo de isolar o Irã e


Desde 2004, a estatal, em parceria com a Repsol, tem contrato com o governo do Irã para pesquisar jazidas de petróleo e gás num bloco chamado Tusan, no Golfo Pérsico. Atualmente, a Petrobras perfura um poço no local e o projeto prevê investimentos de US$ 35 milhões. A empresa também avalia a exploração de dois blocos no Mar Cáspio. No início do mês, um diretor da NIOC, estatal iraniana, disse que a Petrobras deverá assinar em breve um contrato de US$ 470 milhões para explorar dois blocos oferecidos na licitação. A notícia não foi confirmada pelo diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. “Estamos apenas negociando com a NIOC”, disse ao Valor.



A Petrobras, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não se manifestaria sobre questões políticas que cercam seus negócios no Irã e que sua presença naquele país é “estratégica”. Segundo funcionários do governo brasileiro, Gabrielli disse a Sobel que no curto prazo os investimentos da Petrobras no país se restringirão ao bloco de Tusan. Procurado pelo Valor, o Departamento de Estado dos EUA informou que tem monitorado os investimentos da Petrobras no Irã, mas não divulgou detalhes das iniciativas diplomáticas tomadas.



Empresas estrangeiras anunciaram nos últimos anos US$ 126 bilhões em investimentos no setor de petróleo no Irã. Companhias como a holandesa Royal Dutch Shell e a Repsol, assim como os governos da China e da Malásia, também sofreram recentemente pressões dos EUA para se afastar do Irã.



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá neste sábado (31/3) um encontro com seu colega americano, George W. Bush, em Camp David, casa de campo do presidente dos Estados Unidos, nos arredores de Washington.