Professores da Unimep podem encerrar greve

A proposta surgiu após tentativa de conciliação realizada na quarta-feira (21) no TRT. O acordo prevê a reintegração de 148 professores – demitidos em dezembro -, estabilidade no emprego por três anos e redução salarial de 12,5%. Para o professor Paulo José Nobre, diretor do Sindicato dos Professores de Campinas (Sinpro/Campinas), a ação do Sindicato priorizou a defesa dos trabalhadores, o funcionamento da universidade e a preservação da autonomia acadêmica. Paulo informou que a recomposição dos salários está prevista para acontecer num prazo de dois anos.

Os problemas na Unimep surgiram no início de 2006 e foram agravados em dezembro, quando a universidade demitiu 148 professores. O Sinpro/Campinas e a Associação dos Docentes da Unimep (Adunimep) tentaram negociar com a reitoria; sem sucesso. Nem com a mediação do Ministério Público do Trabalho – que realizou dez audiências – foi possível chegar a um consenso.

A crise, que era financeira, tornou-se institucional quando a reitoria decretou uma intervenção ''branca'' na universidade. Ignorando o estatuto e o regimento, nomeou coordenadores de cursos e diretores de faculdade não escolhidos pela comunidade acadêmica. Extinguiu grupos de área, juntou turmas e alterou programas de estágio. Além das demissões, a reitora tentou impor uma redução de 25% nos salários dos professores.

A greve atinge os três campi da Unimep e tem a adesão dos estudantes. No acordo proposto, o juiz determina que as partes têm dez dias para aceitar ou rejeitar a proposta. O Sindicato vai encaminhar o resultado da assembléia ao TRT e aguardar a resposta da reitoria. A greve só termina se a universidade acatar a proposta nos termos construídos junto à Justiça do Trabalho.

Agildo Nogueira Jr.
De Campinas, com agências.