Estudantes tomam ruas de Belo Horizonte pelo passe

Em ato com 2 mil estudantes, diretor da UBES afirma que BH é a única capital do país que não possui política de passe

 Bandeiras agitadas, palavras de ordem ditas com empolgação, música, caras-pintadas e muita disposição. Estes foram os elementos que marcaram a passeata de hoje, organizada pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e pela União Colegial de Minas Gerais (UCMG). Estudantes de diversas escolas secundaristas de Belo Horizonte, Betim e Nova Lima se concentraram na Praça Afonso Arinos desde as 9h para pressionar por uma política de passe estudantil em Belo Horizonte. Participaram do ato cerca de 10 grêmios, Diretórios Acadêmicos, DCE da UFMG, União Estadual do Estudantes (UEE-MG), as Uniões Municipais de Estudantes Secundaristas (UMES) de Betim e Nova Lima e a Associação Metropolitana de Estudantes Secundaristas (AMES-BH).


 


Trajeto


A manifestação marcou o Dia Nacional de Luta Pelo Passe-Livre da UBES e passou pelos principais pontos da região central de Belo Horizonte, como a Praça Sete, a prefeitura e a Praça da Liberdade. Ao chegar na esquina da Praça da Liberdade, a manifestação foi impedida pela PM de seguir seu curso. Embora os organizadores da manifestação tenham buscado diálogo com a polícia, a passeata só pôde seguir após a intervenção do deputado estadual Carlin (PcdoB), que acompanhava a manifestação.


A realização de um dia nacional de mobilizações pelo passe foi uma decisão do Congresso da UBES, ocorrido no final de 2005. Segundo Marcelo Diniz, diretor de relações institucionais da UBES, no ano passado foram mobilizados cerca de 150 mil estudantes em 62 cidades, em todas as regiões do país. Diniz garante que a mobilização deste ano já superou a de 2006. Ele avalia que a indignação dos estudantes com a falta de políticas para a educação vem crescendo no país, o que faz aumentarem as mobilizações. “E Belo Horizonte é a única capital do país que não possui nenhuma política de passe estudantil”, conclui Diniz.


 


28 de março


Para Mariana Alves, vice-presidente da UNE em Minas Gerais e diretora da UCMG, há uma boa perspectiva para o movimento, pois “haverá uma nova passeata no dia 28 [de março] e nós já criamos uma comissão para discutir o Projeto de Lei”. A diretora da UCMG se refere ao PL proposto pelo vereador Paulo Lamack (PT) que institui a meia-passagem para estudantes em Belo Horizonte. O projeto, entretanto, segundo Mariana Alves, gera responsabilidade de subsídio para o executivo e por isso, mesmo se aprovado em plenário, será vetado por uma questão legal. “Discutiremos um substitutivo ao PL se for necessário”, promete a estudante.


 


 Por Luana Bonone