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Comunistas russos comemoram aniversário da Revolução

Milhares de russos foram às ruas das principais cidades do país neste domingo para celebrar o 93º aniversário da Revolução Russa. A maior manifestação realizada pelo Partido Comunista da Federação Russa aconteceu na Praça Puchkin, na região central de Moscou.

Liderados por Gennadi Ziuganov, os comunistas comemoraram a Revolução e protestaram contra a decisão do governo de instituir, há cinco anos, um feriado artificial para suprimir a memória da Revolução, comemorada também em várias nações que faziam parte da União Soviética até sua extinção, em 1991.

As forças de repressão do governo conservador russo foram mobilizadas para pressionar e instigar os manifestantes, conforme relatos publicados pelo Sovietskaia Rossiya, site ligado ao PCFR. Cerca de 1.200 policiais e 1.700 agentes do Ministério do Interior foram mobilizados para policiar os manifestantes.

O governo conservador russo não celebra mais o aniversário da Revolução de Outubro de 1917, que deu início ao primeiro estado socialista de operários e camponeses da História.

As forças reacionárias russas estabeleceram em seu lugar um feriado artificial, para o dia 4 de novembro, "comemorando" a libertação do país dos invasores poloneses, ocorrida em 1612.

Os cidadãos do país demonstram completa alienação em relação ao feriado artificial introduzido em 2005, para esvaziar as comemorações dos 90 anos da Revolução, ocorrida em 2007.

"Francamente, sou uma pessoa da era pós-soviética, e ainda não assimilei este feriado. Eu não entendo sua ideologia, eu não tenho compromisso com ele nem poderia ter memória do que aconteceu entre nós e os poloneses. Por um lado é bom ter mais feriados, bom e diferente. Mas, por outro lado, o argumento para sua criação não foi o melhor. A história russa é rica de eventos que são claros e consolidados na nossa memória coletiva. Eu acho que esse feriado foi implantado de modo muito superficial", considera Maria Arbatova, escritora e produtora de televisão ao jornal Pravda (Não é o extinto jornal do Partido Comunista da União Soviética).

Ao mesmo tempo, na praça Vermelha, a extrema direita marchava unida aos representantes do Rússia Unida na comemoração do feriado artificial.

O grupo pró-Kremlin Nashi (Nosso) afirmou que sua mobilização atraiu mais de 15 mil pessoas na marginal do Rio Moskva, enquanto grupelhos fascistas afirmavam que 5 mil pessoas teriam participado de sua manifestação nos arredores da cidade.

Conforme a RIA-Novosti e o Pravda, os fascistas marchavam aos gritos de "Rússia para os russos" e agitavam faixas a favor do "poder branco" ou "Fé Ortodoxa ou Morte". A marcha foi autorizada pelas autoridades russas e as forças de segurança não estiveram presentes durante a manifestação.

Belarus comemora

O presidente belarusso Alexandr Lukachenko congratulou a nação pela passagem do 93º aniversário da Revolução, ainda comemorado pela ex-república soviética. "A República de Belarus respeita esta data histórica", afirmou o presidente.

O país conservou diversos símbolos, estruturas e orgãos de poder da época soviética, inclusive o soviete supremo, o hino da república, a bandeira e a maior parte da propriedade estatal sobre os meios de produção.

Da redação, com agências