Governo vai ao STF para tentar barrar CPI dos Aeroportos

Integrantes da base governista no Congresso vão hoje ao STF (Supremo Tribunal Federal) para se reunir com o ministro Celso de Mello. Ele é relator do mandado de segurança ajuizado pelos partidos de oposição, que querem instalar uma CPI para investigar

No encontro, os governistas tentarão explicar os motivos pelos quais entendem que não existe nenhum motivo para instalar essa CPI. Ontem, o relator do mandado de segurança, ministro Celso de Mello, defendeu o direito das minorias às investigações parlamentares e lembrou que o STF já mandou, em 2005, o Congresso instalar a CPI dos Bingos.


 


Hoje, a oposição conseguiu adiar a votação do recurso apresentado pelo PT na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara contra a instalação da CPI do Apagão Aéreo. Integrantes do PSDB, PFL e PPS pediram vista logo após a leitura do voto do relator do recurso, Colbert Martins (PMDB-BA), que acatou o pedido formulado pela base do governo contra a CPI.


 


O deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) afirmou nesta quarta-feira que o adiamento da votação do recurso apresentado pelo PT foi uma vitória da oposição.


 


“A oposição derrotou o governo hoje, mas prefiro creditar isso a uma articulação bem feita da oposição do que propriamente à incompetência da base aliada.”


 


Segundo ACM Neto, o governo está se esforçando tanto para evitar a instalação da comissão porque sabe “que vai aparecer algum escândalo”.


 


O deputado Maurício Rands (PT-PE) rebateu a declaração de ACM Neto afirmando que a derrota foi da oposição, que tentou evitar a leitura do relatório, o que não ocorreu. “O pedido de vista é algo regimental que não pode ser visto como uma derrota do governo.”


 


Voto do relator


 


Em seu voto, Colbert Martins defende que a CPI não seja instalada por não ter cumprido requisitos previstos pelo regimento da Câmara e pela Constituição.


 


O deputado alega que o requerimento que pede a abertura da CPI não obedeceu três itens fundamentais: não trouxe a indicação do número de membros da comissão, não indicou o prazo em que a CPI funcionaria, além de não estabelecer fato determinado para a instalação da comissão.


 


“Fatos vagos ou imprecisos, bem como meras conjecturas, não podem constituir objeto da investigação parlamentar. Para a efetivação do direito da minoria, é indispensável que se encontrem presentes os requisitos para a instauração da investigação”, disse Martins.


 


Fonte: Folha Online