Frente Parlamentar defenderá integração do São Francisco

Frente Parlamentar Mista em Defesa do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional será lançada nesta quarta-feira (14), na Câmara dos Deputados. O objetivo da frente é agilizar o processo de transposi

O deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), um dos mais árduos defensores do projeto, explica que a Frente Parlamentar “dá continuidade aos trabalhos desenvolvidos na última Legislatura pelo então deputado e agora senador Inácio Arruda e mais duas centenas de parlamentares desta Casa e do Senado Federal destinados a acompanhar e apoiar as ações do projeto de integração do Rio São Francisco com às bacias dos rios intermitentes do semi-árido”.



Chico Lopes, que é o coordenador do Comitê Cearense em Defesa da Integração do Rio São Francisco, diz que “esta é uma obra historicamente aguardada, que poderá representar segurança hídrica para milhões de nordestinos”.



Equilíbrio



Chico ressalta que, entre as soluções da busca pelo equilíbrio das águas, a bacia hidrográfica do Rio São Francisco, o rio da integração nacional, é uma saída viável. E explica porque não acredita que a transposição irá prejudicar os estados que o rio corta (Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas).



“O projeto ora em pauta prevê a utilização de apenas 26 m³ por segundo de uma vazão de 1.850 m³ por segundo, o que corresponde a pouco mais de 1% da água que o rio derrama no mar. E é exatamente nessas águas destinadas ao mar que depositamos a segurança hídrica de boa parte da população nordestina”, explicou.



E acrescenta que: “além de captar uma pequena parte das águas do Rio São Francisco, o projeto de interligação das bacias propõe ações de revitalização do rio e recuperação do meio ambiente, que somam à execução de obras de saneamento básico nas cidades localizadas ao longo de seu curso”.



Para Chico Lopes, a integração para a região Nordeste é essencial. “O Brasil é o país com a maior reserva de água doce do Planeta. No entanto, esta água é mal distribuída no tempo e no espaço. No Nordeste, por exemplo, habita 1/3 da população brasileira e conta com apenas 3% da água doce do Brasil para o atendimento das necessidades básicas da sua população. Esse quadro contribui para inserção da região nordestina num cenário de miséria, no qual a convivência com o semi-árido torna-se desumana”.



O parlamentar comunista conclama cada parlamentar e cada setor da sociedade organizada para que reforce publicamente seu apoio à integração do São Francisco. “Mais do que uma obra para levar água a quem precisa, um inadiável compromisso de nosso País consigo mesmo. Consideramos indispensável a participação dos parlamentares na busca de soluções para os graves problemas que afetam o Brasil”, concluiu.



Adesão



O arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, enviou carta ao deputado Chico Lopes parabenizando-o pela iniciativa de formar a Frente Parlamentar, destacando que “acresce aos meus votos de parabéns, a minha adesão e compromisso efetivo pela realização incontinente das obras, porquanto largamente discutidas com os mais variados setores representativos da sociedade, através das audiências públicas, oficialmente realizadas segundo o direito e as leis específicas, abrigadas pelos órgãos competentes, dentro dos padrões éticos, técnicos e científicos, ademais da transparência administrativa e financeira que assegura a viabilidade do Projeto”.



O religioso diz ainda que “não obstante determinadas organizações populares se colocarem frontalmente contra a obra, somam-se aos seus protestos, as vozes de movimentos que contam com o apoio de algum setor da igreja, será preciso, pois, enfrentar com a postura da transparência cívica a série de argumentos evocados, porém, facilmente respondidos com a evidência da lisura técnica das referidas obras, desmitificando-se definitivamente uma série de pseudo-razões, dando vazão às tantas liminares, conseguindo bloquear a viabilidade do Projeto”.



Na carta, dom Aldo se coloca como “pastor de um imenso capital humano”, destacando “o clamor de 12 milhões de irmãos e irmãs nordestinos que anseiam pela água para o uso humano e para a dessedentação animal, além de pequenas áreas de irrigação para redes produtivas de agricultura familiar”.



De Brasília
Márcia Xavier