Campanha da Fenaj reacende a polêmica sobre diploma de jornalista

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) colocará nas ruas, no mês de abril, a ''Campanha pela Informação de Qualidade: em defesa da formação e regulamentação profissionais jornalistas'' com o objetivo de tornar obrigatório o diploma para o exercício

O debate  voltou à tona quando, no ano passado, uma decisão provisória do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a obrigatoriedade do diploma para a profissão de jornalista. Na mesma linha, está o pedido da Procuradoria Geral da República.


 


O principal argumento em apoio a essas medidas se refere ao direito constitucional do exercício profissional e a livre manifestação de pensamento, criação expressão e informação. Assim, poderia se dizer que a exigência do diploma de jornalista fere a liberdade de opinião e ao livre exercício de uma profissão. A Fenaj, em suas publicações, tem contra-argumentado, relacionando a exigência do diploma ao direito de uma informação apurada por profissionais, com qualidade técnica e ética. Essa idéia também tem sido combatida.


 


Na opinião de Marcilene Forechi, do Observatório da Imprensa, uma profissão exercida por profissionais diplomados não garante necessariamente qualidade de informação. Para a jornalista, não se pode comparar o exercício do jornalismo com o de outras profissões. Marcilene, exemplificando, diz que não deixaria um médico prático retirar o seu apêndice, mas leria o que ele escrevesse sobre a apendicite e sobre outros temas, numa alusão à especificidade da atividade do jornalismo.


 


O editor do portal Vermelho, Bernardo Jofilly, também discorda da exigência de diploma. ''A profissão de jornalista se confunde com o direito de todo ser humano de expressar sua opinião'', opinou o jornalista, que exerce a profissão há mais de 30 anos.


 


Da redação,


Fernando Udo