Sem categoria

Dilma Rousseff: indenizações não podem ser "punição à vítima"

A candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, disse neste sábado (14), antes de gravar programas eleitorais a serem exibidos no rádio e na televisão, que a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de rever as indenizações pagas a anistiados deve ser levada adiante "com muito cuidado", sob pena de a proposta "se transformar em uma tentativa de punir a vítima".

O TCU decidiu nesta semana revisar cerca de R$ 4 bilhões em indenizações já pagas ou que foram aprovadas. Ao todo serão alvo de análise 9,3 mil benefícios concedidos pela Comissão de Anistia, entre os quais os casos da viúva de Carlos Lamarca e dos jornalistas Ziraldo Alves Pinto e Sérgio Jaguaribe, o Jaguar.

"Acho que tem de ter muito cuidado com isso. É possível que haja excessos, mas tem que ter cuidado com o seguinte fato: a indenização por tortura e para torturados é uma indenização muito pequena para que o que a tortura fez com as pessoas. Algumas pessoas perderam a energia vital. Cada ser humano é diferente ao enfrentar adversidade. Tem que ter muito cuidado com esse fato. Não pode se transformar em uma tentativa de punir a vítima. Tem de ter cuidado", disse a ex-ministra, que participou em Brasília de gravação de programas eleitorais no rádio e na televisão.

Questionada sobre o risco de seu passado como militante contra a ditadura ser utilizado de forma negativa na campanha eleitoral, a candidata petista observou que o combate ao regime militar representou uma luta pela democracia em que pessoas "tiveram a generosidade de enfrentar a morte".

"Nem um pouco temo ataques da oposição. Tenho muito orgulho de ter lutado contra a ditadura, do primeiro ao último dia. Acho que aqueles que lutaram contra a ditadura são pessoas que tiveram, pelo menos na minha geração, a generosidade de enfrentar inclusive a morte. Não estávamos lutando se correr risco de vida. Fui torturada durante 22 dias. Não há controle na tortura. Não era um momento em que a democracia vigia no País. Não participei de ação armada e sequer fui julgada por isso e sequer fui condenada", afirmou.

Fonte: Terra