Trabalhadores da construção civil preparam greve geral em SP

Cerca de mil funcionários e integrantes do Sindicato da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP) realizaram nesta manhã de quinta-feira (1º) uma manifestação para reivindicar aumento salarial. Ao longo do mês de fevereiro mais de 3,3 mil canteiros de

A manifestação de hoje (1º) concentrou-se, às 10 horas, na Rua Angatuba, próximo à Rua Natanael, no Pacaembu, zona oeste de São Paulo.


 


O protesto seguiu em caminhada até o Teatro Municipal, no centro da cidade. De acordo com a Polícia Militar, que monitorou o protesto, a atividade ocorreu de forma pacífica.


 


A manifestação faz parte uma série de atividades já realizadas pelo sindicato em diversas regiões da cidade de São Paulo. No dia 15 de fevereiro cerca de cinco mil trabalhadores foram às ruas na zona sul da cidade.


 


De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP), Antônio de Sousa Ramalho, mais de 45 mil operários cruzaram os braços no dia 15, deixando 3,3 mil canteiros de obras parados.


 


Os trabalhadores exigem a negociação de quatro pontos nas condições de trabalho. Instauração de plano de saúde, criação de um plano de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), instalação de um programa de alimentação balanceada e instalação efetiva do critério de horas trabalhadas. Segundo Ramalho, na prestação de serviço por empreitada, alguns funcionários chegam a trabalhar até 16 horas por dia.


 


De acordo com o sindicato, atualmente, os trabalhadores do setor são pagos por metro quadrado construído e não por horas trabalhadas. Além disso, eles acusam as empresas de assinarem as carteiras dos trabalhadores com salários menores do que os efetivamente pagos e depositarem o restante da renda por fora. Assim, os valores de contribuição para o INSS e FGTS seriam menores.


 


 


O sindicato patronal não apresentou proposta até agora e caso não haja negociação, haverá greve geral dos trabalhadores a partir do dia cinco de março. Mais de 225 mil tarbalhadores poderão parar dia cinco, deixando 9.030 canteiros de obras paralizados.  


A Força Sindical apóia o movimento. Para o presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva, a greve é justa. “O setor de construção civil é um dos que mais lucra e menos distribui”, afirmou. 


 


Negociações


 


O sindicato patronal da construção civil em São Paulo (SindusCom) informou que não está se pronunciando sobre a greve e que as negociações com os trabalhadores foram iniciadas no início de janeiro. O sindicato informou ainda que está aberto às negociações, classificou as paralisações realizadas pelos trabalhadores como “arbitrárias” e disse estar espantado com o tipo de pressão estabelecido, já que o dissídio da categoria ocorre apenas no mês de maio.


 


No ano passado, o setor da construção civil foi considerado um dos maiores responsáveis pelo crescimento de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O setor cresceu 4,7% em 2006, em relação ao ano anterior.