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Anita Garibaldi é heroína brasileira, agora em quadrinhos

O mundo das histórias em quadrinhos acaba de ganhar uma nova heroína. Mas não é mais uma das versões femininas de Batman, Super Homem ou Homem Aranha. E muito menos mais uma personagem gringa. A heroína é brasileira e de nome Anita Garibaldi. E, o melhor de tudo, é real.

Anita Garibaldi em quadrinhos

Nasceu por aqui em carne e osso, ganhou fama e as páginas dos livros de história. Agora, 161 anos depois de sua morte (a serem completados nesta quarta-feira, 4 de agosto), tem parte de sua vida contada quadro a quadro.

Anita Garibaldi faz parte da história da luta pela liberdade do Brasil e é um dos grandes nomes da Revolução Farroupilha, ao lado de seu marido, Giuseppe Garibaldi. Ela é considerada heroína nacional também no Uruguai e na Itália – o que dá a Anita o título de “Heroína dos Dois Mundos”.

O livro Anita Garibaldi, o nascimento de uma heroína, do quadrinista e cartunista Custódio, acaba de ser lançado com apoio da lei de incentivo da Secretaria de Cultura de São Paulo, com tiragem de mil exemplares.

Tema de dezenas de obras ao longo dos anos, é a primeira vez que a vida da personagem é tratada na linguagem e quadrinhos. A obra de Custódio retrata apenas a parte menos conhecida e mais misteriosa da vida de Anita, sua infância.

Ela nasceu Ana Maria de Jesus Ribeiro, em 30 de agosto de 1821. Porém, há divergências entre seu local de nascimento. Alguns afirmam que foi em Morrinhos e outros dizem que foi em Laguna – ambas as cidades em Santa Catarina. A única coisa que se sabe com certeza é que ela morreu precocemente em Mandriole, na Itália, em 1849, com menos de 30 anos de idade.

Custódio não quer nem saber de controvérsia. Para ele, o nascimento dela foi mesmo em Laguna. É que apesar do artista de 42 anos ser paulistano, seus pais e o restante de sua família são dessa cidade. Assim, conta que sua relação com a história de sua personagem é antiga, pois cresceu ouvindo falar em Anita Garibaldi, seu marido e a Guerra dos Farrapos.

Ele conta que foram necessários três anos para a composição da obra, divididos em pesquisa, roteiro e desenhos. Custódio fez viagens e pesquisas por sua terra natal e também pelo Rio Grande do Sul, onde Anita viveu períodos importantes de sua história.

E o mais interessante é que toda essa jornada está retrada no site www.anitagaribaldi.com, em que ele mostra passo a passo a construção da obra, com fotos das viagens, locais que visitou, imagens de arquivo, rascunhos dos quadrinhos, desenvolvimento de roteiro e muito mais.

E, no dia 4 de agosto, data em que serão completados 161 anos da morte de Anita Garibaldi, o autor vai disponibilizar quatro páginas do livro no endereço eletrônico do projeto, para que os leitores possam ter uma prévia do trabalho.

Paulo Markun, autor do livro Uma Heroína Brasileira; o desenhista Spacca e o historiador lagunense Carlos Marega prestam depoimentos na contra-capa da obra.

Apesar do apoio do governo de São Paulo, o livro foi lançado com edição independente. É uma obra de 68 páginas, com capa colorida e miolo preto e branco. O autor prevê fazer uma sequência do trabalho, contando a outra etapa mais conhecida da vida de Anita. 

Custódio, 42 anos, é paulistano. Já publicou charges em mais de 50 jornais brasileiros, fez animações para canais de tv, peças de teatro e participou de diversos álbuns de quadrinhos. Foi premiado em diversos salões de humor e recebeu o Prêmio de Excelência no National Press Club do Canadá. Venceu o Prêmio de Tiras do Jornal Estado de São Paulo em 2008. É cartunista do jornal Vinho e Cia.

Com agências