Inácio defende siderúrgica e energia eólica para o desenvolvimento do Ceará

O Senador Inácio Arruda voltou a ressaltar da tribuna do Senado, a necessidade de regiões como Norte e o Nordeste de observarem a desconcentração do desenvolvimento.

“Destravar” é a palavra chave, disse o senador cearense, lembrando que o primeiro governo Lula foi marcado pela estabilidade, pelo Bolsa Família. A marcada desse segundo mandato é o crescimento. Daí a urgência da instalação de uma siderúrgica no Ceará. Apesar do estado não ter ferro, nem gás, os cearenses têm lutado bravamente por esse empreendimento, que segundo Inácio, poderá ajudar consideravelmente o desenvolvimento do Ceará.


 



Inácio lembrou também que esse era um sonho antigo do ex-governador Virgílio Távora, que ainda nos anos 70, já pensava na possibilidade do Ceará ter um pólo metal mecânico. Virgilio Távora queria ajudar esse povo que sempre viveu numa eterna diáspora. O Ceará tem mais de 80% de seu território localizado em cima de um cristalino. O que torna a vida muito difícil.


 



Ainda destacando a desconcentração do desenvolvimento o senador Inácio informou também que o Ceará tem as maiores jazidas de energia eólica do mundo. “Em tempos de aquecimento global a energia eólica é uma coqueluche”, disse. “O Ceará, que sempre foi muito aquecido, tem a oportunidade e todas as condições de gerar energia limpa”, E alertou: “vamos rápido para a energia eólica, antes que ela fique escassa”.


 


Leia na íntegra discurso do senador.


 


Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nesta tarde, pretendo tratar de questões que considero importantíssimas e que estão ligadas ao “destravamento” do desenvolvimento. Temos batalhado muito em nossas regiões, mais distantes do pólo central indutor, digamos, do que conhecemos como regiões mais desenvolvidas do País.


 


Aqui estão os Senadores Sibá Machado, César Borges e Mão Santa, senadores do Norte e Nordeste. Destravar o desenvolvimento também tem que ser acompanhado da expressão “desconcentrar o desenvolvimento”. Crescimento precisa estar acompanhado de desconcentração. Estamos acompanhando esse debate; estamos defendendo o plano de aceleração de crescimento do Presidente Lula.


 



Foi importantíssimo que, na batalha eleitoral de 2006, o ponto central tivesse sido desenvolvimento – desenvolver o País. O primeiro Governo significou estabilidade, bolsa família, claro, socorrer a população mais carente, mas o segundo Governo do Presidente Lula não pode manter taxas de crescimento limitadas. O desenvolvimento precisa ser acelerado, incluindo regiões que sempre estiveram muito à margem do crescimento e do desenvolvimento, com uma atenção especialíssima. E o Presidente tem examinado isso.


 


Temos debatido e discutido entre os Senadores do Estado do Ceará algo fundamental para nós, que é o investimento em torno da instalação de uma empresa siderúrgica naquele Estado. Às vezes me perguntam se há ferro no Estado do Ceará. Senador Eliseu Resende, V. Exª, que é da terra do ferro, do triângulo mineiro, imagine, eu disse que o ferro existente não daria para uma rodada de auto-forno.


 


E a siderúrgica que nós pretendemos é uma siderúrgica moderna, uma siderúrgica com redução a gás. E me perguntam se há gás no Ceará. Não, não há. O Ceará, ao contrário, é um semi-árido particular, é um cristalino, 80% do território está em cima de um cristalino. Não é fácil. Temos que rir, fazer graça para não chorar. E olha que temos que ter muito humor. Ali não é fácil não. Há humorista do Ceará espalhado por todo o território nacional e em muitas partes do mundo, porque não é fácil sobreviver em cima de um cristalino.


 


É uma luta dura a do povo cearense para materializar projetos dessa ordem, dessa natureza, esses sonhos. Lembro-me de que o pólo denominado metal mecânico do Ceará era o sonho de um ex-Senador da República do meu Estado, Senador da República e Governador por duas vezes, um engenheiro chamado Virgílio Távora, que queria construir um Pólo Metal Mecânico no Ceará, e sonhava com uma siderúrgica, porque via as condições difíceis daquele Estado. Ele dizia: “Como desenvolver? Como atender oito milhões de cearenses? Como ajudar este povo a não viver permanentemente em uma diáspora?”.


 



É isso. Como não permanecer em uma diáspora, correndo para o Norte ou para o Sudeste? Ou vamos para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais ou para o Acre, Roraima, Amazonas, Amapá, buscando explorar outras regiões. É assim que o cearense e boa parte do Nordeste brasileiro têm agido para tentar sobreviver.


 


Por isso, o povo do Ceará tem lutado bravamente, meu caro Senador Mozarildo Cavalcanti, para conquistar essa siderúrgica, como um investimento do Estado brasileiro, que tem que se associar com setores privados a fim de garantir esse investimento no Estado do Ceará. Não é como compensação, mas como distribuição, como desconcentração, como desenvolvimento regional. Não é uma compensação não. Trata-se de distribuir o desenvolvimento pelo conjunto do território nacional. Este é um País gigantesco, imenso. Portanto, é preciso pensar no conjunto da Nação brasileira, meu caro Senador Mozarildo Cavalcanti, a quem tenho a honra de conceder um aparte neste momento.


 


Em tempo de mudança constitucional para incluir cláusulas de barreira no funcionamento dos partidos, V. Exª fala de um aspecto constitucional que significa, em vez de criar, diminuir barreiras entre as regiões do País, ou seja, distribuir o desenvolvimento. Veja como a Constituição busca proteger o conjunto do território nacional.


 


Cito mais um exemplo. No Ceará, pensamos numa siderúrgica.
A região Nordeste, especialmente, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, entrando um pouco ali pela Bahia e sobrando um pouco lá para o sul do País, mas especialmente essa região tem as maiores jazidas de energia eólica. Está provado; elas estão ali.


 


Em tempo de aquecimento global, uma coqueluche midiática. Não há as coqueluches midiáticas? No Ceará, discutimos aquecimento global já há mais ou menos 300 anos, porque sempre fomos muito aquecidos; lá estamos há mais ou menos 300 anos discutindo o aquecimento global. Nunca deu coqueluche.  Mas nós temos, em tempos em que o assunto se transforma na pauta da ordem do dia, uma questão central.
Então veja que neste tempo de aquecimento global, real, concreto, em função da poluição atmosférica que nós mesmos geramos com o desenvolvimento, temos oportunidade de, nessa região do País, gerar energia limpa.


 


Afirmo que o Nordeste e o Norte do País precisam observar essa necessidade da desconcentração do desenvolvimento brasileiro.
Temos ali uma possibilidade: está ali a energia eólica nas mãos do Brasil, energia limpa.  Reporto-me mais uma vez ao Senador Eliseu Resende, que tanto discute energia no Brasil. Ela está ficando barata porque cara não há energia. É melhor olharmos para essa energia limpa em tempos de aquecimento global. Vamos rápido para ela antes que também fique escassa em algumas regiões do nosso País e não tenhamos a oportunidade de utilizar aquilo que está a nossa mão. Muito obrigado, Sr. Presidente.



 
 
Fonte: Assessoria de Imprensa do Senador Inácio Arruda