IBGE: economia do Brasil cresceu 2,9% em 2006

O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 2,9% em 2006, segundo divulgou nesta quarta-feira (28) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento, considerado medíocre, ainda assim ficou acima do desempenho do ano passado (2,3%) e da pr

O consumo das famílias subiu 3,8%, mantendo a tendência a puxar o PIB para cima. A formação bruta de capital fixo cresceu 6,3%, o que aponta perspectivas de aceleração do crescimento (em 2005 ela cresceu apenas 1,6%). O consumo do governo aumentou 2,1% no ano. Entre os setores da economia, o maior crescimento em 2006 ocorreu na agropecuária (3,2%), seguido da indústria (3%) e dos serviços (2,4%).



Indústria de transformação, ponto fraco



Dentre os subsetores da indústria (3,0%), a maior alta ocorreu na extrativa mineral (5,6%). Em seguida, contribuindo para o crescimento do setor industrial, vieram a construção civil (4,5%) e os serviços industriais de utilidade pública (3,3%). A indústria de transformação teve crescimento fraco, de 1,9%, embora superior ao de 2005 quando avançou 1,3%.



Entre os serviços (2,4%), as maiores elevações foram registradas nos subsetores comércio (4,0%), instituições financeiras (2,6%) e outros serviços (2,5%). Também apresentaram crescimento os subsetores transporte (2,2%), aluguéis (2,2%) e administração pública (2,1%). O subsetor de comunicações foi o único com variação negativa (-0,9%), depois de permanecer estagnado em 2005 (0,1%). 



Ao noticiar o PIB do IBGE, a Agência Estado repetiu o bordão cinhado em 2006 durante a campanha presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB): “O PIB do país ficou com o penúltimo lugar no ranking da América Latina, à frente apenas do Haiti”. Na verdade, os países latino-americanos com crescimento do PIB abaixo do brasileiro, em 2006, foram: Jamaica 2,7%; Nicarágua 2,5%, Aruba, 2,4%, Haiti, 1,8%, Granada, 0,9%, Porto Rico 0,5%.



A mentira do Haiti



A informação acima, tomada do The World Factbook 2007, da CIA, visa repor a verdade para que não se verifique a tese de Goebbels sobre as mentiras arduamente repetidas. Não invalida a crítica do desempenho pífio do PIB brasileiro, em 2006 e nos anos precedentes.



A mediocridade do número apurado pelo IBGE fica evidente quando se compara os 2,9% do PIB do Brasil com os 8,8% da Venezuela e os 8,5% da Argentina. Os dois países, que tiveram os melhores desempenhos do continente, se destacaram por não seguir os fundamentos macroeconômicos ortodoxos do receituário neoliberal.



O Produto Interno Bruto (PIB) representa o total de riquezas produzido num determinado período num país. É o indicador mais usado para medir o tamanho da economia doméstica. No Brasil, o cálculo é realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão responsável pelas estatísticas oficiais, vinculado ao Ministério do Planejamento.



Desafogo no quarto trimestre



O PIB do quarto trimestre de 2006 cresceu 1,1% ante o terceiro trimestre do mesmo ano, e 3,8% na comparação com o quarto trimestre de 2005. Na comparação com o terceiro trimestre, o setor da indústria foi o que apresentou o maior crescimento (1,6%); seguido de serviços (0,8%) e da agropecuária (0,2%).



Estes números sustentam as metas do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), lançado pelo governo federal no início do mês. O Plano, que reserva aos investimentos públicos um papel ativo na retomada do desenvolvimento estagnado desde 1980, prevê um crescimento do PIB da orde de 4,5% este ano e 5% nos três anos seguintes.



Com informações do IBGE