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Haiti e Chile: mulher no centro dos esforços de reconstrução

Os efeitos dos terremotos ocorridos no Haiti e no Chile em janeiro e fevereiro deste ano foram um duro golpe principalmente para as mulheres e crianças daqueles dois países. Por isto, são necessárias ações que coloquem as mulheres no centro dos esforços de reconstrução. Esta foi a principal conclusão da sessão especial sobre “Haiti e Chile: (re)construir a igualdade”, realizada durante a 11a Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe.

Susana Malcorra, que coordena todas as missões de manutenção da paz da ONU no mundo, disse que “provavelmente, o terremoto do Haiti seja a tragédia mais terrível da historia recente”, mas que ao mesmo tempo constitui uma oportunidade para colocar a mulher no centro das tarefas de reconstrução e desenvolvimento.

“O caminho que temos que percorrer para reconstruir o país será muito longo e doloroso. Só o tempo nos permitirá determinar o impacto e a gravidade da tragédia.”, afirmou.

A ministra da Condição Feminina e dos Direitos das Mulheres do Haiti, Marjorie Michel, fez um balanço da situação da mulher em seu país e admitiu que as desigualdades persistem e representam um freio aos esforços para melhorar suas condições. “Agora que terminou a etapa de emergência após o terremoto, o país está avaliando os recursos que são necessários para a reconstrução, que deve levar a uma condição mais igualitária e mais justa das mulheres”, acentuou.

Na sessão, expôs também Belén Sapag, Primeira Secretária da Missão do Chile nas Nações Unidas, que concordou com as demais expositoras de que é necessário colocar a mulher no centro dos esforços de reconstrução. “As mulheres estão mais expostas à vulnerabilidade e estas emergências servem como oportunidade par visualizar a situação das mulheres”, declarou.

Ela acrescentou que há urgência em melhorar a qualidade dos indicadores sociais dos países, para que as estatísticas oficiais sejam especificadas por sexo e por idade e assim poder conhecer realmente o estado em que vivem as mulheres. No terremoto e tsunami que afetou o Chile, 521 pessoas perderam a vida.

Maior solidariedade

Alicia Bárcena, secretária executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), lembrou que o Brasil e o Chile estão entre os países que demonstraram maior solidariedade com o povo haitiano, uma vez que participaram ativamente na Missão de Estabilização que as Nações Unidas estabeleceram naquele país (Minustah).

De acordo com avaliação realizada pelo Governo do Haiti com o apoio técnico da Cepal e instituições financeiras internacionais, os danos totais chegariam a mais de US$7,8 bilhões, equivalente a mais de 120% do PIB (Produto Interno Bruto) do país em 2009.

No desastre, 222 mil pessoas morreram, cerca de 300 mil pessoas ficaram feridas e 1,5 milhão – quase 15% da população nacional – sofreram danos.