Nassif: Meirelles usa “álibi chinês” para justificar juros

O jornalista Luiz Nassif, um dos mais respeitados comentaristas econôm,icos da imprensa brasileira, escreveu em seu blog que “não há nada de grave” no “soluço” que a Bolsa de Valores da China apresentou nesta terça-feira, quando  sofreu uma queda de 8%, influindo em várias bolsas do mundo. “A Bolsa chinesa tem pouca relevância para a economia chinesa. E o solavanco foi em função do boato de que as autoridades chinesas irão tributar o excesso de ganho dos investidores. No ano passado, a Bolsa proporcionou lucros de mais de mil porcento”, afirma Nassif.

O jornalista aproveitou para criticar o “oportunismo” do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que declarou à imprensa que o soluço chinês obrigará o Banco Central a ser mais cauteloso na política de juros. “Alguns dos maiores bancos estrangeiros no país minimizaram o episódio. A troco de quê o presidente do BC tenta dramatizá-lo?”, , questiona Nassif. Segundo o jornalista, o próprio mercado sinaliza para a necessidade de uma queda maior na taxa Selic.

Mantega: “oscilações normais”

Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou que a oscilação das bolsas verificada hoje trata-se “daquelas oscilações normais do mercado financeiro internacional”.

“Não vejo problema de longa duração, vejo problema de curta duração. Poderá causar alguma oscilação durante alguns dias”, disse o ministro a jornalistas.

Mantega acrescentou que, apesar das perdas, os mercados brasileiros refletem a solidez da economia do país. Questionado sobre a queda de quase 7 por cento do principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o ministro mencionou que a bolsa brasileira vinha acumulando recordes de alta recentemente.

“Tem que olhar o que estava acontecendo antes, a Bovespa é uma das bolsas que mais subiu nos últimos tempos… Se subiu, tem margem para descer.”