Israel e EUA planejam ataque aéreo ao Irã via Iraque

Israel está negociando com os Estados Unidos uma permissão para poder sobrevoar o Iraque como parte de um possível plano para atacar instalações nucleares do Irã. O plano foi revelado neste sábado (24/02) pelo jornal britânico The Daily Telegraph

O vice-ministro da Defesa de Israel, Ephraim Sneh, negou a denúncia e disse que as informações a esse respeito são propagadas pelos que não querem lidar diplomaticamente com Teerã.


 


De acordo com o jornal, que cita como fonte um alto funcionário da Defesa israelense, Israel necessita da autorização do Pentágono para que seus aviões de guerra possam atravessar o espaço aéreo iraquiano. Por isso, Israel negocia com os Estados Unidos a abertura de um ''corredor aéreo'' caso decida lançar uma ofensiva militar contra o Irã.


 


Segundo a fonte, a questão do espaço aéreo tem de ser resolvida para evitar que uma situação-surpresa ponha em risco aviões americanos e israelenses, que poderiam, por erro de estratégia, atacar-se entre si.


 


Imprensa
Na sexta-feira (23), importantes jornais britânicos já haviam sinalizado as intenções dos Estados Unidos de atacar o Irã e de, inclusive, usar a mesma tática da Guerra do Iraque para convencer a comunidade internacional.


 


O Times informou Morteza Nikoubazl que autoridades do governo britânico temem que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ordene um ataque ao Irã antes do fim de seu mandato, em dois anos. ''Bush não quer deixar a questão para o sucessor'', disse uma das fontes, que pediram anonimato.


 


Em outra reportagem, o Guardian informou que muitos dos dados sobre o programa nuclear iraniano recolhidos pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos são ''infundados'', segundo fontes diplomáticas que atuam na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).


 


As afirmações – que lembram o ocorrido antes da Guerra do Iraque, em 2003, quando Washington apresentou informações falsas sobre a existência de armas químicas – coincidem com o aumento da tensão internacional depois de a AIEA, com sede em Viena, anunciar que o Irã desafiou o ultimato do Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas), estendendo, em vez de barrar, suas atividades nucleares.


 


Em 23 de dezembro, a ONU deu um mandato à AIEA para elaborar em 60 dias um relatório que estabelecesse se o Irã cumpriu a resolução 1737, que exige a suspensão de todas as atividades relacionadas com o enriquecimento de urânio – processo que pode tanto produzir combustível para usinas de energia quanto material bélico.


 


Reunião
Nesta segunda-feira, representantes dos cinco membros permanentes do CS da ONU (China, França, Estados Unidos, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha vão abordar a crise do Irã em Londres.


 


Após a divulgação do relatório da AIEA, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse ser ''impossível'' frear as atividades nucleares de seu país – e acrescentou que ''não renunciará nem um pouco a seu direito às tecnologias atômicas''.


 


O Conselho de Segurança exige a suspensão imediata e incondicional do enriquecimento de urânio, que abriria espaço para negociações a respeito de um pacote de vantagens econômicas para o Irã.


 


O governo iraniano, no entanto, recusa-se a abandonar as atividades nucleares como uma pré-condição para as negociações.