Documento prova que EUA financiaram golpe de 1971 na Bolívia
Documentos divulgados nesta segunda-feira (07) comprovaram que o ex-presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, junto com seu secretário, Henry Kissinger, não apenas apoiou politicamente, como também financiou o golpe de Estado que levou ao poder, na Bolívia, o general Hugo Banzer em agosto de 1971.
Publicado 09/06/2010 18:49
Segundo os arquivos do próprio governo americano, em 8 de julho daquele ano, a administração de Nixon havia se reunido para discutir uma proposta da Agência Central de Inteligência (CIA, por sua sigla em inglês) de dar 140 mil dólares a um grupo de políticos de oposição e líderes militares que seriam usado para derrubar o então presidente Juan José Torres.
"O que vivemos na realidade é um golpe em si, não?", disse o ex-subsecretário de Estado dos EUA, Alexis Johnson, durante a reunião com o Comitê dos 40 (um grupo do ramo executivo do Governo Nixon, presidido por Kissinger e encarregado da supervisão de operações encobertas).
Um empregado do Conselho Nacional de Segurança informou, no mesmo dia, que começava o golpe de Estado em Santa Cruz e que a CIA havia transferido dinheiro a dois membros da oposição boliviana. Segundo conversas entre Nixon e Kissinger, a esquerda boliviana havia "ido longe demais".
A tomada de poder pelos golpistas deixou 110 mortos e 600 feridos, e o regime de sete anos que implantou foi um dos mais repressivos da história da Bolívia. Sob o governo de Banzer, mais de 14 mil bolivianos foram presos sem ordem judicial, mais de oito mil foram torturados e centenas assassinados ou “desaparecidos”.
Após ser derrubado, o ex-presidente Torres partiu para o exílio, primeiro para o Peru, depois para o Chile e, finalmente, para Argentina. Posteriormente, foi sequestrado e assassinado em Buenos Aires, em 2 de junho de 1976, no contexto do "Plano Condor".
Com agências