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Morales empossa governadores: " tempo de conspiração acabou"

A Bolívia iniciou hoje a passagem formal da república unitária e centralista criada em 1825 ao estado plurinacional autonômico, com a posse de nove governadores departamentais e prefeitos de 337 municípios, eleitos pelo voto popular.

Em uma cerimônia realizada na Casa da Liberdade, em Sucre — capital oficial do país — o presidente Evo Morales presidiu as solenidades de concessão de cargo também a três ex-governadores opositores reeleitos em dezembro.

O mandatário pediu que os presentes jurassem "pelos próceres da liberdade nacional, pelos herois da resistência ao estado colonial, pelo povo e pela igualdade de todos" que irão cumprir e fazer cumprir a Constituição que entrou em vigor no ano passado, e que estabelece quatro níveis de governos autônomos.

Os partidários do chefe de Estado fizeram o juramento com o punho esquerdo para o alto e a mão direita no peito, enquanto os opositores mantiveram os braços abaixados.

"Estamos aqui para trabalhar com os nove governadores a serviço das pessoas abandonadas", declarou o presidente em seu discurso prévio.

Aos governantes departamentais opositores, de Santa Cruz (Rubén Costas), Beni (Ernesto Suárez) e Tarija (Mario Cossio), disse que "ninguém é obrigado a pensar como o partido majoritário, mas quero dizer-lhes que se acabaram os tempos de conspiração".

Morales recordou que "tentaram revogar meu mandato, fracassaram. Agora nos toca trabalhar com vocês para servir a Bolívia e nossos departamentos". "À margem de nossas tarefas como presidente e como governadores, que mais podemos conseguir?", questionou.

Costas, Suárez e Cossio respondem a processos penais por uso indevido de fundos públicos não declarados em 2008, quando organizaram referendos para aprovar os estatutos autonômicos de seus respectivos departamentos.

O presidente pediu "de maneira humilde" recordar que a Bolívia "é um estado plurinacional com autonomias, mas unitário" e que "felizmente se acabaram as eleições [seis nos últimos seis anos]".

Por isso, "nestes quatro anos que nos restam devemos otimizar recursos e esforços para atender" a nossos povos.

Seguindo uma postura adotada pelo próprio presidente e seu vice, os seis governadores bolivianos aliados a Evo decidiram abrir mão de seus salários em pouco mais de 15%.

De acordo com a Agência Boliviana de Informação (ABI), as autoridades pertencentes ao Movimento ao Socialismo (MAS) reduziram de 14 mil (dois mil dólares) a 12 mil bolivianos (mil 700 dólares) seus salários mensais.

Fonte: Ansa