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Lampião e seu bando disponíveis aos olhos do público

Com a presença da neta de Lampião, a exposição Cangaceiros tem abertura marcada para esta quinta-feira (06). Integra a programação, ainda, exibições de filmes e uma Feira Mix.

Lampião

As fotos em branco e preto ainda guardam a força que os personagens emanavam na época. Lampião e seu bando – sem esquecer Maria Bonita, Corisco, Dadá – estão, mais uma vez, disponíveis aos olhos do público.

As volantes que cruzaram o caminho de um dos homens mais procurados da história do País (com e sem trocadilho) também estão lá, na exposição Cangaceiros, que tem abertura marcada para hoje, às 19h30min: em imagens, material de jornais da época e outros objetos, como armas, roupas e bijuterias. Com curadoria da cubana Lídia Sarmiento e a coordenação de Ricardo Albuquerque, a exposição fica em cartaz até dia 30 de julho, no recém-inaugurado Espaço Cultural Porto Freire.

Logo mais à noite, além da exposição, os visitantes vão ter uma conversa com Vera Ferreira, herdeira do sobrenome e da perseverança do Rei do Cangaço. Ao longo de algumas décadas, a jornalista tem colhido material sobre a história da família & por ter nascido cerca de 20 anos após da morte dos avós, só aos 13 é que ela se deu conta da importância do personagem para o País. `

`A história que eu ouvia era sempre pelo lado do vencedor, e, não, pelo lado do vencido. Parecia só ter um lado. É preciso entender, por exemplo, o que levaram essas pessoas a entrarem no cangaço“, coloca Vera. Pesquisa que continua sem tréguas, e que leva a muitas descobertas.

"É um trabalho longo, passei por lugares que eles passaram, tentei conquistar a confiança das pessoas que eles conheceram e que tinham objetos deles. Isso é um caminho longo mesmo. Até hoje eu busco“, detalha.

Depois de tantas viagens, depois de tantos encontros, duas constatações. “Infelizmente, a gente não tem um local onde reúna todo esse material colhido. Um memorial do cangaço“, lamenta. Por outro lado, a pesquisadora acredita que o cangaço já é visto com outros olhos. “As pessoas hoje tem um novo olhar sobre a história do Brasil. Já olham o cangaço de forma diferente. Os professores de história são grandes responsáveis por isso“, defende.

Memória

A exposição já esteve em outros lugares, desde Paris, na França, a Souza, na Paraíba, passando pelo Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Quem conta é Ricardo (também da linhagem de outra importante figura para o Brasil, o fotógrafo Chico Albuquerque) que cuidou da exposição ao lado de Lídia.

“As fotos datam de 1926, são as primeiras fotos durante a visita dele a Juazeiro, quando ele recebeu a patente de capitão pra combater a coluna Prestes. São fotos de Pedro Maia e Lauro Cabral“. A exposição não termina aí. “E tenho outras fotos de autores desconhecidos, numas fazendas. São imagens interessantes, principalmente as fotos relacionadas às volantes & tem algumas do Benjamin (Abrahão) & e das cabeças, consideradas prêmios pelas volantes".

Faz parte da mostra, ainda, a exibição de um filme de Benjamin Abrahão, ainda hoje à noite. Abençoado por Padre Cícero, o mascate libanês conseguiu adentrar ao bando de Lampião, tornando-se seu fotógrafo e cineasta oficial. Nos sábados de maio acontecerão exibições de mais filmes, todos relacionados à temática do cangaço. Em junho, o Parque del Sol, onde fica localizado o Espaço Cultural Porto Freire, abriga uma feira mix, com artesanatos, comidas típicas e danças regionais.

Serviço

CANGACEIROS – Abertura, hoje, da exposição com curadoria de Lidia Sarmiento. No Parque del Sol, às 19h30. Na rua Joãozito Arruda, s/n. Cidade dos Funcionários. A mostra fica aberta de hoje até 30 de julho. Horário de visitação: terça à sexta das 9h às 19h e sábados e domingos das 14h às 19h. Ainda como parte da programação do evento, todo sábado do mês de maio, às 10h, no Espaço Cultural Porto Freire, acontece o Cine Cangaço. E nos sábados de junho, a partir das 17h, no Parque del Sol, acontece a Feira Mix.

Fonte: Jornal O Povo