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Sérgio Ricardo: mostra, biografia e show marcam 60 anos carreira

Uma série de eventos acontece em São Paulo, na primeira quinzena de maio, para marcar os 60 anos de carreira de Sérgio Ricardo, cantor, compositor, cineasta, escritor, artista plástico e um dos
precursores da Bossa Nova.

A maratona teve início no último sábado (01), com a abertura, na Casa das Rosas – Avenida Paulista, da exposição de arte plástica digital Artistas de Rua, com cerca de vinte telas, que poderá ser visitada, de de terça a sexta, das 10h às 22h e, aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h. A mostra vai até o dia 16.

"Como vou por onde o pincel me leva, sem prisões a conceitos ou preconceitos de qualquer estilo, visando apenas resgatar o que emana de dentro do ser humano, desde a beleza quase abstrata de suas transparências à feiura caricata de suas alegrias, saí buscando os artistas de rua. Admirando suas façanhas, seu desprendimento, nos palcos livres das ruas e praças, sensibilizado com sua coragem, pintei sua imagem para enfatizar uma realidade diante de nossa vista, no dia-a-dia dos caminhos em que a pressa se estanca e nos permite enxergar. Um mergulho no interior de cada personagem, no afeto de uns, na coragem de outros, na ironia, na fantasia, na exuberância, na ingenuidade, na gratidão, na perícia daqueles que oferecem sua arte por migalhas, para sobreviver. Fui com eles, um Pintor de Rua", diz Sérgio Ricardo sobre suas obras.

No próximo dia 10, ainda na Casa das Rosas, às 19h, a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo lança, pela Coleção Aplauso, a biografia Canto Vadio, assinada pela jornalista Eliana Pace, em que Sérgio Ricardo narra sua infância e as aulas de piano em Marília, as brincadeiras e os estudos no Liceu Pasteur, em São Paulo, o início de sua carreira artística em São Vicente e a trajetória muito bem sucedida de pianista, cantor e compositor no Rio de Janeiro. 

Depois, no dia 15 de maio, às 19h, o artista faz um show com o instrumentista Filó, também na Casa das Rosas, como parte da Virada Cultural.

O artista multimídia
 

Quem guardou na lembrança apenas a imagem de Sérgio Ricardo quebrando seu violão no Festival de Música Popular da TV Record, em 1967, talvez ignore a biografia de um dos nomes mais marcantes da MPB, um artista multimídia bem sucedido em suas vocações e precursor da música de resistência nos anos de chumbo do país.

É sua a trilha sonora dos filmes Deus e o Diabo na Terra do Sol e Terra em Transe, de Glauber Rocha; A Guerra dos Pelados, de Silvio Back; e Vozes do Medo, de Roberto Santos. Fez também trilhas de peças teatrais e novelas, entre elas Mandacaru, da Rede Manchete. Entre curtas e longa metragens com sua assinatura, destacam-se A Noite do Espantalho, premiado no Brasil e no Exterior, O Menino da Calça Branca e Juliana do Amor Perdido.

No final de 2008, Sérgio Ricardo voltou às gravações com o CD Ponto de Partida, da Biscoito Fino, muito elogiado pela critica e que traz releituras de suas músicas mais representativas. Uma das particularidades dessa obra está no fato de reunir, pela primeira vez, seus filhos, Adriana e Marina Lutfi, nas vozes, e o caçula João, ao violão.