Sem categoria

 Andy Warhol: muito mais que 15 minutos de fama

 Um dos principais expoentes da pop art chega ao Brasil para ficar na Estação Pinacoteca, em São Paulo, a partir do dia 20 de março. A exposição Andy Warhol, Mr. America apresenta cerca de 170 obras com temas políticos e culturais, 26 pinturas, 58 gravuras, 39 trabalhos fotográficos, duas instalações e 44 filmes.

É a maior exposição dedicada ao artista já apresentada na América Latina. Após passagem pela Colômbia, a mostra se despediu do Malba (Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires), na Argentina, e chegou à capital paulista. 

Ícone dos anos 1960 e um dos precursores do movimento da contracultura – que questionava os valores centrais da cultura ocidental e inovava estilos de expressão -, Warhol impressiona pela atualidade de suas obras. 

Os retratos com cores estridentes além de imortalizar pessoas como Jacqueline Kennedy, Saint Laurent, Mick Jagger e Marilyn Monroe, trazendo à tona a discussão sobre o culto às celebridades. 

A forma mecânica que o artista usou para produzir os quadros em série permite uma reflexão sobre o quanto às personalidades públicas são figuras impessoais e vazias. 

Da mesma forma, utilizou a técnica da serigrafia – processo de impressão em que a tinta é vazada pela pressão de um rodo ou puxador para de uma tela – para representar a impessoalidade do objeto produzido em massa e a democratização dos bens de consumo,  como nos quadros que retratam garrafas de Coca-Cola e latas de sopa Campbell, uma de suas obras mais famosas. 

A exposição, além contar com as obras que brincam com os objetos no caos cotidiano, apresenta pinturas da série “Death and Disaster”, conjunto que mostra a violência nos Estados Unidos durante os anos 1960. 

Marketing e psiquê 

Para o curador da exposição, Philip Larratt-Smith, o objetivo é provar que Andy Warhol, além de artista importante, foi também um ótimo marqueteiro. “Ele criou um personagem para si mesmo e para os outros. Esse personagem serviu também como mecanismo de defesa em uma época que foi muito questionado. Além disso, as obras dele sempre fizeram muito sucesso no âmbito comercial“, disse recentemente em entrevista à revista argentina Ñ, do jornal Clarín

Larratt-Smith reconhece no trabalho do norte-americano uma íntima relação com a psicologia, já que em suas obras características, especificidades e questões pessoais do artista ficam evidentes, como o tom irônico e crítico sempre presente. 

“Acho importante mostrar como Warhol usava novas tecnologias da época, como a reprodução mecânica, o que também torna seu trabalho extremamente contemporâneo”, completou.

Fonte: Opera Mundi