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PCdoB faz mais um pedido de impeachment de Paulo Otávio

Quanto mais, melhor. Assim se manifestaram os dirigentes do PCdoB do Distrito Federal que acompanharam o presidente do Partido, Augusto Madeira, na manhã desta quinta-feira (18), para dar entrada, na Câmara Legislativa, ao pedido de impeachment do vice-governador do Distrito Federal, Paulo Otávio (DEM). O vice-governador exerce a chefia do Executivo em substituição ao governador José Roberto Arruda (ex-DEM), preso na Polícia Federal, acusado de corrupção.

PCdoB-DF_impeachment Paulo Otávio

Os muitos pedidos de impeachment de Arruda e agora também do governador em exercício, Paulo Octávio, demonstram a insatisfação do movimento social, dos partidos políticos e de toda a sociedade. “Quanto mais manifestações, melhor, para que se tenha agilidade nos processos, aqui na Câmara, e na Justiça”, explicou o professor José Antônio, presidente do DF no Gama (cidade do entrono de Brasília). Já foram protocolados cinco pedidos de impeachment de Paulo Octávio.

"As acusações contra Arruda pesam também sobre Paulo Otávio e, assim como pedimos o impeachment do governador, queremos também o do vice-governador", informa Madeira.

O líder comunista disse ainda que "com um governador preso, um vice-governador comprovadamente envolvido com o esquema corrupto e uma Câmara Legislativa, em sua maioria, cúmplice que, passados meses, nada fez para promover a apuração das responsabilidades, a solução para a crise deve ser buscada por outra via institucional.

E acrescentou que: “Nós vamos pressionar a Câmara Legislativa, porque desde novembro os escândalos são conhecidos e somente hoje estão analisando o primeiro pedido (de impeachment de Arruda). Tem que haver pressão para poder andar.”

Para José Antônio, a Capital da República não pode ficar a mercê de escândalos, um apagando o outro. “O governador preso e um governador em exercício envolvido tanto quanto o governador Arruda. Ele vai dificultar tanto quando Arruda dificultou as investigações”, avalia o dirigente comunista.

Alternativa política

Leandro Cerqueira, presidente da União da Juventude Socialista (UJS), também defendeu uma maior pressão sobre a Câmara Legislativa, para que tome decisão imediata sobre saída de Arruda e Paulo Octávio, já que não existe ambiente político para permanecerem no poder.

Ele disse ainda que “o PCdoB quer trazer novas perspectivas para a sociedade e construir alternativa política para o Distrito Federal, que traga desenvolvimento e melhoria para as condições de vida do povo; e para isso é preciso que a massa que se empoderou no DF seja afastada dos espaços políticos.”

O documento protocolado na Câmara Legislativa por Madeira, diz que tanto o depoimento prestado por Durval Barbosa, que denunciou o esquema de pagamento de propina no GDF, quanto as provas recolhidas pela Polícia Federal e juntadas aos autos do Inquérito Policial no STJ (Superior Tribunal de Justiça) “comprovam que o representado (Paulo Octávio) têm agido em completa afronta à probidade administrativa, participando e conduzindo entendimentos destinados a favorecer interesses privados pessoais.”

“Com efeito, constam nos autos do Inquérito n. 650, no STJ, que o atual Vice-Governador do Distrito Federal tem se beneficiado ilicitamente da contratação fraudulenta de empresas, para a prestação de serviços a órgãos do Distrito Federal, em troca de obtenção de favorecimentos pecuniários, decorrentes de superfaturamento do custo dos serviços contratados”, diz ainda o requerimento.

Acusações

Em seu depoimento, Durval Barbosa conclui que de todos os contratos firmados com órgãos do GDF, os Secretários das Secretarias a que cada órgão é vinculado e que mantém atividades políticas, recebem 40% da parte superestimada nos contratos, que se destinam a tais favorecimentos ilícitos e que dos 60% restantes,40% destinam-se ao Governador do DF, 30% ao Vice-Governador do DF, 10% a Geraldo Maciel, então Secretário de Governo do GDF, 10% para Omézio Pontes e os 10% restantes são destinados para livre distribuição a parlamentares e lideranças políticas e partidárias, conforme orientação e determinação de José Roberto Arruda.

Durval Barbosa disse ainda que as empresas prestadores de serviços do Banco de Brasília (BRB) têm contribuído com o pagamento de dinheiro ao Governador e ao Vice-Governador do Distrito Federal e a seus aliados.

O diretor Marcelo Carvalho, da imobiliária de propriedade do Vice-Governador Paulo Octávio, tem repassado a deputados distritais somas em dinheiro, recolhidas de empresas favorecidas com as alterações aprovadas no novo Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federtal (PDOT-DF).

Ainda a empresa Call Tecnologia também, pelos serviços prestados e superfaturados na Codeplan e na Secretaria de Saúde, tem contribuído com pagamentos de recursos ilicitamente desviados dos contratos firmados com estes órgãos públicos, favorecendo o Governador e seu Vice-Governador.

Papel relevante nas contribuições ilegais que o Representado têm recebido foi reservado à empresa TBA, de propriedade de Cristina Bonec, que por intermédio do Vice-Governador, tem desviado significativos recursos do programa Na Hora, administrado pela Secretaria de Justiça.

Da sucursal de Brasília
Márcia Xavier