Para jovens de Ijuí (RS), participação na 5ª Bienal da UNE marcou como experiência de vida

“Nem desistir, nem tentar. Agora tanto faz. Estamos indo de volta prá casa.” Assim cantavam alguns dos jovens integrantes da delegação ijuiense participante da 5ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE), durante a tarde de sábado, enquanto o ônib

Através da canção, manifestavam-se os conflitantes sentimentos que cada um trazia consigo: a satisfação de ter participado de um evento histórico, a sensação de que desejavam ter aproveitado ainda mais, o cansaço após sete dias de intensa atividade e a perspectiva de voltar para casa, poder reavaliar a realidade a partir desta nova experiência de vida e, somente então, agir. Aquele era o momento inicial de uma reflexão feita de maneira coletiva, a partir do relato pessoal acerca do que foi marcante no evento.


 


Emoção – Embora cada relato tenha destacado diferentes aspectos da Bienal (seu papel político, a integração dos estudantes, a afirmação de uma identidade cultural genuinamente brasileira, etc.) todos falavam com emoção dos dias vividos na cidade do Rio de Janeiro, de 27 de janeiro a 3 de fevereiro. “É uma experiência de vida… A Bienal foi uma resposta dos estudantes à desmobilização da juventude, à frieza com que se tratavam as questões de cultura no Brasil… Uma oportunidade única de aprendizado, debate e crescimento pessoal, tendo como cenário uma das cidades mais belas do mundo e uma diversidade cultural que reúne o melhor da expressão artística afro-brasileira… Uma realização impressionante de estudantes como nós, que somaram seus esforços e fizeram um evento grandioso, democrático e inclusivo da juventude de todo o país… A Bienal provou que movimento estudantil também se faz com arte, dando espaço para o teatro, a música e tantas outras manifestações da alma do nosso povo… Foi uma maneira de chamar a atenção para a necessidade de inclusão das pessoas em vivências culturais… Criou-se em alguns e em muitos outros foi fortalecida a consciência de que é preciso integrar a todos em atividades deste tipo… Foi algo que fez pensar sobre qual a contribuição que cada um pode dar ao seu país, sair do discurso para a luta por uma nova universidade, inserida em uma sociedade mais democrática e plural…”.  Manifestações como estas foram feitas por diferentes integrantes da excursão e entusiasticamente apoiadas com as palmas de todos que estavam no ônibus. Para esta juventude militante, engajada na promoção de avanços sociais, o marco central do evento foi a passeata que culminou com a retomada do terreno, no Aterro do Flamengo, onde anteriormente existia a sede da UNE, queimada pelos militares após o golpe de 1964. “Com a retomada de nossa sede, jogamos uma pá de cal em um dos últimos resquícios da ditadura militar”, disse Ângelo Schiavo, presidente do DCE da Unijuí.


 


DCE Unijuí