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FSM: Plenária dos movimentos convoca assembleia para 31 de maio

A plenária dos movimentos sociais do Fórum Social Mundial realizada nesta sexta-feira (29/1) em porto Alegre (RS), debateu e aprovou o documento de atualização do Projeto Brasil, convocou a Plenária Nacional dos Movimentos Sociais para 31 de maio em São Paulo, reforçou a convocatória para a Conferência Naiconal da Classe Trabalhadora (Conclat) em 1º de junho em São Paulo, e lançou a campanha "Pense no Haiti, aja pelo Haiti".


- Iberê Lopes

O FSM de Porto Alegre, ao se propor a fazer um balanço de 10 anos da atividade e apontar perspectivas, estimulou um debate intríseco ao Fórum que é justamente a compreensão sobre a concepção do FSM e suas perspectivas. O sucesso da assembleia dos movimentos sociais, que reuniu mais de 500 participantes do Fórum, de diversos segmentos diferentes, reforça a ala dos que defendem a necessidade do Fórum ser um espaço para articulação e encaminhamento de bandeiras e agendas políticas dos movimentos e povos em luta.

O principal documento em debate, criado pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) no Fórum Social Brasileiro de 2003, foi o Projeto Brasil. Trata-se de uma plataforma de luta dos movimentos sociais brasileiros e que é atualizada a cada edição do FSM. Entidades do movimento negro, de juventude, sindical, estudantil, de mulheres, ambientalista, de luta pela moradia, de luta pela terra e diversos outros se manifestaram para contribuir ou reforçar aspectos do documento.

Foto: Roque JR
No microfone, o representante do MST, quem compôs a mesa diversificada da assembleia

A mesa da assembleia foi coordenada pelo representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Antônio Carlos Spis, e composta pelo Joaquim (MST), por um representante da CMS do RS, Milton Viário, pela diretora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Rosane Simon, pelo paraguaio Marcos Libañes, pela representante da Marcha Mundial de Mulheres (MMM), Cláudia Pratei, pela hondurenha Lorena Zelaya, e pela representante da União Brasileira de Mulheres (UBM), Lúcia Stumpf, que fez a leitura do Projeto Brasil.

Lorena Zelaya alertou que o golpe em Honduras continua ocorrendo e que a situação se agravou agora que o presidente golpista assumiu o poder. Para o representante da Organização Caribenha e Latinoamericana dos Estudantes (Oclae), Renan Alencar, a assembleia dos movimentos marca um momneto de grande unidade no Fórum Social Mundial. Renan defendeu ações de integração da América Latina e citou universidades como a Unila como iniciativa concreta de promoção da integração entre os povos.

Jornada estudantil e defesa do PNDH

O diretor de Relações Interbnacionais da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, reforçou a importância da Assembleia Nacional dos Movimentos Sociais de 31 de maio e da Conclat, marcada para 1º de junho. Daniel informou que a UNE, em conjunto com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), fará uma jornada d emobilizações a fim de acumular debate e caldo social para a Assembleia de 31 de maio. Daniel também defendeu o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH) aprovado recentemente, que, segundo ele, toca em "feridas importantes", como o direito à união civil entre homossexuais, a legalização do aborto, a delicada questão da propriedade da terra no Brasil, questiona o monopólio da mídia e pauta a necessidade de uma comissão de verdade, que traga a conhecimento público os documentos da Ditadura Militar no país.

A convocação Conclat também foi ressaltada pelo presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, que a classificou de "ato histórico", valorizando a unidade do movimento sindical, que considera fundamental "para conquistar transformações mais profundas".

Foto: Roque JR
Ticiana, da UJS, pautou a importância da batalha eleitoral de 2010 para os movimentos sociais

A importância da atuação dos movimentos sociais em 2010, entretanto, foi destacada pela diretora de Relações Internacionais da União da Juventude Socialista (UJS), Ticiana Alvarez, que classificou o momento das eleições 2010 como "a mais decisiva das batalhas" e disse que o que está em jogo é "avançar no rumo das mudanças para construir um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho". Para Ticiana, os movimentos sociais terão atuação essencial "contra a volta da direita, das elites anti-nacionais".

Fora Yeda e Fora Arruda

Após o debate, os participantes da assembleia partiram em marcha rumo à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul munidos de cartazes feitos por membros do Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília (DCE da UnB) que pediam o "Fora Yeda e Fora Arruda!".

Outro encaminhamento da plenária foi o lançamento da camapnha "Pense no Haiti, aja pelo Haiti", que pretende desenvolver ações articuladas com a embaixada do país para arrecadação de recursos necessários à reconstrução daquele país, abalado por terremotos nas últimas semanas.

A carta lida por Lúcia Stumpf no ato será alterada, incluindo as bandeiras de luta propostas durante o debate, mas manterá o conteúdo do texto introdutório e as bandeiras já elencadas.

De Porto Alegre, Luana Bonone