Polícia prende e espanca sem-terra em Goiás

O batalhão da Polícia Militar que invadiu o acampamento do MST na Fazenda Sete Rios, no município de Flores de Goiás (distrito de Santa Maria), em Goiás, na manhã desta sexta-feira (26), mantém 600 famílias presas no local e comete agressões físicas, info

Os trabalhadores rurais considerados pela polícia como líderes do movimento foram isolados, amarrados e espancados. Os outros sem-terra foram mandados para o curral da fazenda, onde estão divididos, de um lado, homens e, do outro, mulheres e crianças. As informações foram passadas por lavradores que conseguiram fugir do cerco. Os policiais impõem às famílias um ambiente de forte pressão psicológica e medo.



PM dá tiros e arrasta portão



“O quadro é muito tenso e estamos apreensivos. Não sabemos da situação dos nossos companheiros na fazenda”, disse Lucinéa Medeiros, integrante do MST, que conversou de por telefone com lavradores que conseguiram escapar da ação da polícia.



Em torno de 9 horas, cerca de 80 policiais invadiram de forma violenta o acampamento, em 13 viaturas, arrastaram o portão e atiraram para todos os lados. Os homens, mulheres e crianças foram surpreendidos e tentaram fugir da violência policial.
O MST nega as acusações da PM de que houve saques na fazenda Ilha Bela, desocupada pelas famílias durante a madrugada de sexta-feira. “A acusação de saques é uma forma de justificar a ação violenta e ilegal da polícia na Fazenda Sete Rios”, disse Medeiros. Sem nenhuma ordem judicial, a polícia invadiu a fazenda e atacou os trabalhadores sem-terra.