Lula prepara plano para acelerar crescimento e puxar PIB para 5%

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia nesta segunda-feira (22), às 10 horas da manhã, no Palácio do Planalto, o conjunto de medidas batizado como Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). O anúncio acontece cercado pelo ceticismo dos meios de com

Na noite deste domingo Lula reuniu-se com ministros no Palácio da Alvorada, para fazer os acertos finais no PAC. O anúncio, previsto inicialmente para o mês passado, antes da posse do novo mandato, foi adiado por iniciativa do próximo presidente, aumentando as especulações sobre o conteúdo da iniciativa.



Lula vem enfatizando ultimamente que o Plano é ''de grande envergadura'', com projetos que serão executados ao longo dos próximos quatro anos. Na imprensa, hostil, repetem-se as referências à promessa feita pelo presidente em 2004, de um ''espetáculo do desenvolvimento'' que terminou não se concretizando. O primeiro mandato de Lula, com um crescimento médio ao PIB da ordem de 2,6% ao ano, foi apenas um pouco superior ao da era Fernando Henrique Cardoso.



Metas de PIB e infra-estrutura



A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, falou com jornalistas antes da reunião no Alvorada. ''O grande esforço é justamente esse: acelerar o crescimento e conseguir que a gente acelere não só crescimento do PIB, mas os projetos de infra-estrutura'', disse.



Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a ampliação da capacidade de investimentos por meio da desoneração tributária, prevista no PAC, permitirá que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ultrapasse os 5%''. Um PIB anual ''superior a 5%'' é uma das metas programáticas do govrerno de coalizão que Lula tenciona implantar no segundo mandato.



''Fim da era Palocci?''



Indagado se os investimentos do PAC serão mesmo de R$ 300 bilhões em quatro anos, Mantega respondeu: ''Não vou revelar o valor, mas pode ser maior''. Questionado se se tratava do fim da ''era Palocci'', Mantega desconversou. ''Não sei o que é isso que você está falando''.



A ''era Palocci'', pilotada pelo então ministro Antonio Palocci (Fazenda) marcou os três primeiros anos do governo com uma política de corte macroeconômico neoliberal: juros altos, elevado superávit privado para pagar os juros da dívida pública, arrocho fiscal, câmbio flutuando em prejuízo das exportações e prioridade absoluta para as rígidas metas de inflação. Muitos observadores encaram o PAC como um afastamento desse receituário — o que acende as esperanças dos ''desenvolvimentistas'' mas também as críticas dos ''ortodoxos''.



Além de Dilma e Mantega, participaram da reunião os ministros da Integração Nacional, Pedro Brito, do Desenvolvimento, Luiz Furlan, e das Cidades, Márcio Fontes, e ainda o deputado eleito Ciro Gomes (PSB-CE).



Batismo de fogo do governo de coalizão



Antes da solenidade de lançamento do PAC, às 9 horas, Lula participará da abertura da reunião do Conselho Político, formado pelos partidos políticos da base de sustentação de seu governo. No Planalto, avalia-se que a solidariedade às medidas do PAC, mais do que a eleição do presidente da Câmara, em 1º de fevereiro, servirá de batismo de fogo da coalizão governamental, já que. além dos atos que já serão formalizados nesta segunda-feira, o Plano inclui iniciativas que precisarão passar pelo Congresso Nacional.



Após o anúncio do Plano, Dilma e Mantega concederão entrevista sobre as medidas anunciadas. Os ministros dos Transportes, Paulo Sérgio Passos; do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan; de Minas e Energia, Silas Rondeau; das Cidades, Marcio Fortes; da Integração Nacional, Pedro Brito, também explicarão as diretrizes do PAC, assim como os presidentes da Petrobras, José Sérgio Gabrielli; da Eletrobrás, Valter Luiz Cardeal; e da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho.



Da redação, com agências