BID reluta em anular dívida de 5 países mais pobres da AL

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) não dá sinais de que vá anular a dívida de cinco dos países mais pobres da América Latina — Haiti, Bolívia, Nicarágua, Honduras e Guiana. Nada ficou decidido no encontro deste sábado promovido pel

As dívidas dos cinco países junto ao Banco somam US$ 3,8 bilhões. O resultado desse encontro preparatório ainda não foi divulgado pela instituição. Um pedido de candelamento foi feito formalmente em 2006 por duas ONGs, a Rede Brasil e o Jubileu Sul Américas. A carta das entidades também pedia mais transparência e participação nos processos de discussão da dívida. O BID rejeitou os pedidos.



''Há três datas de referência de dívida para serem perdoadas: as de 2001, as de 2003 ou as de 2004'', informou a secretária-executiva da Rede Brasil, Fabrina Furtado. Ela explicou que ''no caso da dívida do Haiti, por exemplo, se eles eles anularem a de 2001, serão somente 41% do total; se for a de 2003, o percentual sobe para 60%; e para a de 2004, atinge 84%''. Assim, mesmo com a anulação, ''os países ainda ficarão com um dívida grande'', observou Fabrina.



A representante da Rede Brasil aponta o caso do Haiti como o mais preocupante: ''O país terá que implementar alguns programas do BID, entre eles o destinado a países pobres altamente endividados e de redução da pobreza, antes de ter suas dívidas efetivamente anuladas''. Isso poderá trazer conseqüências ''muito ruins para o Haiti'', pois ''são exatamente essas políticas que trazem tantos impactos negativos para os países, como as privatizações, a liberalização comercial que afeta toda a produção local'', disse Fabrina.



Segundo a secretária-executiva, ''de acordo com as condições que podem ser impostas, o processo para a anulação da dívida do Haiti poderá demorar até dez anos para se completar''.