Música brasileira ganha primeira grande feira de negócios

Recife será a capital da música brasileira no início de fevereiro. Do dia 7 a 11 de fevereiro será realizado na capital pernambucana a Feira Música Brasil 2007. O objetivo do evento é reunir, pela primeira vez, profissionais de todos os setores da cadeia

Como afirmou o ministro Gilberto Gil quando apresentou a proposta da Feira, “a produção, a circulação e o consumo de bens e serviços culturais constituem um setor de peso na economia dos países. O que se denomina hoje Economia da Cultura é o setor mais dinâmico da economia mundial, responsável por 7% do PIB mundial, segundo estimativa do Banco Mundial. Este desempenho faz com que a Economia da Cultura seja entendida como um vetor de desenvolvimento sustentável”.



Seguindo o modelo de grandes setores da economia, a intenção de Gil é realizar mesmo uma grande feira anual de negócios, como um ponto de aglutinação do setor, propagação dos debates necessários, uma vitrine da qualidade da nossa produção que alimente o mercado interno e repercuta no mercado externo: “É preciso dinamizar, alargar e consolidar esses mercados, proporcionar contatos, evidenciar a diversidade da nossa produção e reconhecê-la como nossa maior força, também do ponto de vista econômico” – afirma o ministro.



Promovida pelo MinC e pelo BNDES, com realização da Associação Brasileira da Música Independente (ABMI), patrocínio da Petrobras e parceria do Sebrae, da Prefeitura do Recife e do Governo de Pernambuco, a Feira Música Brasil 2007 terá como foco a criação de um ambiente inédito de negócios para a música, que envolverá empresas e empreendedores do Brasil e do exterior. O lançamento oficial da Feira acontece nesta quinta-feira (18), no Rio de Janeiro.



Com o objetivo de difundir a qualidade e a diversidade da produção brasileira, o evento pretende ser a grande vitrine da música brasileira e de seus produtos, atraindo compradores de dentro e de fora do país. A Feira também será palco de debates sobre as questões mais importantes para o setor, como novas tecnologias e modelos de negócios, gestão de propriedade intelectual, comércio digital de fonogramas, mercados, entre outros temas. Trará também 35 apresentações de artistas abertas ao público e a exibição de clipes e audiovisuais de música.



Ao todo, serão realizadas 35 apresentações em três palcos montados no Recife Antigo, com os mais variados estilos musicais gratuitamente. Já as rodadas de negócio, as conferências e o curso de especialização serão abertos apenas para os profissionais inscritos no evento. A inscrição dá acesso a todos os ambientes da Feira e pode ser feita no site www.feiramusicabrasil.com.br.



No dia 9 de fevereiro, dentro da programação da Feira Música Brasil, serão celebrados os 100 Anos do Frevo, com lançamento de um CD comemorativo e um grande show promovido pela Prefeitura do Recife, que reunirá grandes nomes da música brasileira.



Módulos



A FMB foi planejada em quatro módulos. O Módulo de Negócios será o ambiente para encontros de empresas, profissionais e negócios dos diversos segmentos. Haverá estandes, salas para reuniões e contatos. O BNDES promoverá encontros com realizadores e o Sebrae pilotará rodadas de negócios entre ofertantes e compradores. O acesso será exclusivo aos profissionais inscritos.



O segundo módulo é a Feira de Produtos, que abre espaço à venda de produtos, a uma mostra de filmes sobre música brasileira e à divulgação de projetos sociais ligados à área. O acesso será gratuito e aberto ao público.



O terceiro módulo é o Porto Musical, realizado desde 2005, e que agora se une à Feira Música Brasil. A convenção internacional promoverá a discussão sobre música, tecnologia e mercado em 23 conferências, de brasileiros e estrangeiros, e um curso de especialização em direitos autorais na música, ministrado por professores da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro.



Por fim, no módulo de Shows, no qual cerca de 50 mil pessoas terão acesso ao melhor da produção nacional em shows gratuitos e da exibição de videoclipes. Dos 35 shows, 22 artistas foram selecionados por edital público e outros 10 foram escolhidos por uma banca de experts. Entre eles, estão Edvaldo Santana, Z’África Brasil, Silvério Pessoa, BossaCucaNova e Oswaldinho da Cuíca.



Economia da Cultura



A produção, a circulação e o consumo de bens e serviços culturais constituem um setor de peso na economia dos países. A Economia da Cultura é considerada hoje o setor mais dinâmico da economia mundial, tem registrado crescimento de 6,3% ao ano, enquanto o conjunto da economia cresce a 5,7% . O setor já é responsável por 7% do PIB mundial, segundo estimativa do Banco Mundial.



Apenas no Brasil, pesquisa lançada em novembro de 2006 pelo MinC em parceria com o IBGE, mostra que a cultura corresponde ao quarto item de consumo das famílias brasileiras e que as atividades culturais já movimentam 7,9% da receita líquida total do país.



A música é um dos produtos culturais mais consumidos no Brasil, aquele que chega a todos os cantos do país, mas ainda são poucos os números sobre o setor. Pesquisas recentes mostram que 62% dos brasileiros apontam a música como maior motivo de orgulho nacional. A força da música no país também se traduz em sua presença no mercado interno: 80% da música consumida no Brasil é nacional (fonte: ECAD).



Todas as regiões do país possuem pólos muito fortes de produção musical, com características totalmente diversas. A música brasileira produziu até hoje mais de 350 ritmos e ainda continua a criá-los e recriá-los, sua diversidade e sua qualidade constituem sua maior força.



Em junho do ano passado, o Ministério da Cultura teve o Programa de Desenvolvimento da Economia da Cultura – Prodec aprovado pelo Ministério do Planejamento. O Prodec tem como objetivo produzir informações, estudos e indicadores sobre os diversos segmentos da cultura; capacitar empresas e empreendedores; e promover negócios (programas de exportação, feiras, arranjos produtivos etc.). A Feira Música Brasil 2007 é a primeira grande ação do Prodec.