Sem PFL, grupo quer apoio do PSDB para candidatura alternativa

A possibilidade de uma candidatura alternativa à presidência da Câmara aos nomes do atual presidente, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e do líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), divide os dois principais partidos de oposição. Enquanto o PFL avisa que man

Desde quinta-feira (4), quando um grupo de 12 deputados de PV, PPS, PSOL e PSB decidiu levar essa idéia adiante, os telefones das principais lideranças parlamentares não pararam de tocar para discutir o assunto. Em conversas reservadas, o consenso é que, no momento, não há qualquer força para que surja um novo nome capaz de vencer Aldo ou Chinaglia, mas que uma avaliação mais precisa dependerá dos rumos que essa nova candidatura pode tomar na próxima semana.


 


A principal missão desse grupo será encontrar um nome disposto a se arriscar numa disputa aparentemente perdida. O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), por exemplo, diz que aceita a tarefa, mas no papel de um “anticandidato”, porque acredita que não teria votos para bater Aldo e Chinaglia na eleição marcada para primeiro de fevereiro.


 


Para levar o projeto até o fim, esse grupo de deputados sabe que, dificilmente, terá o apoio do PFL, mas sonha com o PSDB. Nomes de tucanos apareceram, aliás, na roda de discussão sobre esse “candidato alternativo”, entre eles os deputados recém-eleitos Paulo Renato Souza (SP) e José Aníbal (SP).


 


O atual líder do partido, Jutahy Magalhães (BA), já avisou que, se depender dele, o PSDB respeitará a regra da proporcionalidade, em que o maior partido na Câmara indicaria o presidente da Casa. Como a maior bancada, o PMDB, não pretende lançar candidato (porque já conta com a presidência do Senado com Renan Calheiros-AL), o PT, a segunda maior, receberia então o apoio dos tucanos. É com essa promessa, aliás, que Chinaglia conta para conseguir votos do partido.


 


O futuro líder do PSDB, Antônio Carlos Pannunzio (SP), que assume a função em fevereiiro, ainda não se manifestou publicamente, mas já vem conversando com os colegas e uma reunião da bancada não está descartada para discutir o tema. Se depender de José Anibal, por exemplo, o PSDB caminharia ao lado do projeto “alternativo”.


 


“A conversa tem que ser feita. O que não é bom e não concordo é que temos que nos conformar o que está sendo colocado (Aldo e Chinaglia). Agora, primeiro precisamos saber se há adesão e se a idéia (do candidato alternativo) prospera”, diz Aníbal, que avisa que não pretende ser esse terceiro candidato. “Não aceitaria porque estamos em busca de um processo de ampliação dessa idéia e, como estou dentro do processo, não agregaria”, explica.


 


Deputados do PFL foram procurados pelo grupo que quer um outro candidato. Segundo o G1 apurou, alguns pefelistas reclamaram com esses deputados do risco de uma candidatura alternativa prejudicar Aldo e ajudar Chinaglia. O maior medo dentro do PFL é que Chinaglia tenha alguma chance de vencer.


 


Para evitar isso, o líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), já informa que a bancada do partido seguirá ao lado de Aldo. “Respeito a idéia de candidatura alternativa. Mas precisamos respeitar o resultado das urnas e o da maioria em torno de um candidato que mantém diálogo com a oposição, o que vemos no Aldo. E acho que essa candidatura alternativa pode não seguir esse caminho no dia seguinte à sua vitória”, afirma o deputado.


Fonte: G1