Saddam é entregue ao Iraque e pode morrer em poucas horas

O governo norte-americano entregou o ex-presidente iraquiano Saddam Hussein à custódia da justiça do Iraque nesta sexta-feira (29/12), informou Khalil al-Dulaimi, chefe da equipe de advogados de defesa dele. ''Fomos informados que o presidente não está

Oficiais do governo iraquiano negaram especulações crescentes de que Saddam poderia ser executado nas próximas horas – e informaram que há movimentação dentro do governo para que a execução seja adiada por um mês ou mais.


 


Além disso, o comitê de defesa do ex-presidente afirmou nesta sexta ter obtido autorização dos Estados Unidos para se encontrar ''nos próximos dias'' com Saddam, antes que ele seja enforcado.


 


O advogado de Saddam, entretanto, disse acreditar na possibilidade da execução até o sábado (30), uma vez que já recolheram os objetos pessoais apreendidos junto com Saddam. Um juiz iraquiano ouvido pela Associated Press confirmou a execução de vê ocorrer, ao mais tardar, até sábado.


 


Transtornos e especulações
Desde terça-feira – quando foi confirmada a sentença de morte do ex-presidente e de dois de seus antigos colaboradores -, aumentaram as especulações sobre uma provável data da execução de Saddam. Em princípio, a pena de morte seria efetuada num prazo de até 30 dias, de acordo com as leis iraquianas.


 


Na quinta-feira (28), um alto representante do governo americano afirmou que a morte de Saddam aconteceria no sábado (30) – mas o Ministério da Justiça iraquiano negou a informação nesta sexta-feira (29).


 


Uma alta autoridade do Ministério da Justiça disse à agência Reuters que Saddam não será executado antes de 26 de janeiro, 30 dias depois de sua apelação ter sido rejeitada.


 


Nesta sexta-feira, no entanto, um dos advogados do ex-ditador iraquiano, Najib al-Nuaimi, falou à rede ''CNN'' que Saddam Hussein pode ser levado à forca no sábado, citando o que chamou de ''diferentes fontes''.


 


Um crime dos anos 80
Saddam foi condenado à morte em novembro pelo Alto Tribunal Penal do Iraque, pela execução de 148 xiitas em Dujail (60 km ao norte de Bagdá) nos anos 80. Os advogados de Saddam foram convocados nesta sexta a recolher os objetos pessoais do ex-ditador.


 


Um advogado de defesa, que não quis ser identificado, disse que o ex-presidente havia sido transferido da custódia de forças dos Estados Unidos para o governo iraquiano, mas o Ministério da Justiça negou o fato.


 


De acordo com a rede de televisão americana ''NBC'', o ex-presidente iraquiano seria executado até o domingo (31). Segundo informações divulgadas na quinta-feira pela rede NBC, Saddam seria enforcado antes do começo da Festa do Sacrifício muçulmana, que começa neste fim de semana. A rede norte-americana citou como fonte de informação um militar americano de alta patente que pediu para não ser identificado.


 


''Ninguém pode evitar a execução'' de Saddam, condenado à morte por enforcamento, afirmou nesta sexta-feira o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, em encontro com familiares de algumas vítimas do ex-ditador.


 


''Depois que foi decidido pela corte, ninguém pode opor-se à decisão de executar o criminoso Saddam'', disse Maliki. ''Aqueles que rejeitam a execução de Saddam estão minando a dignidade dos mártires do Iraque.''


 


Apelo
Giovanni di Stefano, um dos advogados de Saddam, afirmou que pediu aos Estados Unidos que não entreguem o ex-ditador às autoridades iraquianas para execução.


 


Di Stefano disse ao canal via satélite Sky que os Estados Unidos ''têm em suas mãos'' o futuro de Saddam e podem se negar a entregar o ex-ditador ao Iraque ''por não ter tido um julgamento justo''.


 


O advogado italiano afirmou que enviou o pedido à Comissão de Direitos Humanos dos Estados Unidos – e considerou ''um julgamento político'' o processo contra o presidente iraquiano.